Karine Sales
Jornalista com especialização em Cinema, possui mais de 8 anos de experiência dedicados à criação de conteúdo estratégico para diversas plataformas.
Karine Sales
Atualizado em 10/07/2025
4 min de leitura
O YouTube anunciou que está preparando uma atualização em suas políticas de monetização, mirando os conteúdos inautênticos, produzidos em massa ou repetitivos – formatos que se popularizaram com o avanço das ferramentas de inteligência artificial generativa.
A mudança, que deve entrar em vigor a partir de 15 de julho de 2025, tem como objetivo proteger a plataforma contra a proliferação de vídeos de baixa qualidade, conhecidos como “AI slop”, e impedir a monetização deste tipo de conteúdo.
O termo faz jus aos conteúdos de baixa qualidade feitos com IA, priorizando quantidade e velocidade em vez de relevância e criatividade.
São vídeos, textos ou imagens sem propósito claro, lógica ou esforço criativo, muitas vezes criados apenas para explorar algoritmos e gerar receita fácil.
A plataforma reforça que, para monetizar, é obrigatório publicar conteúdo original. A atualização detalha melhor o que é considerado “inautêntico” nos padrões atuais, especialmente diante do crescimento de vídeos feitos por IA.
Vídeos produzidos em massa, com pouca ou nenhuma intervenção humana, como apresentações automatizadas com vozes sintéticas, ou compilações repetitivas sem valor agregado, não receberão monetização. Isso inclui:
Canais que insistirem e continuarem adotando essas práticas podem ser removidos do programa de parcerias e perder completamente o direito à monetização.
É só você abrir qualquer rede social para entender: estamos em meio a uma enxurrada de conteúdos de baixa qualidade produzidos por IA. Alguns até têm conteúdos interessantes, mas muitos propagam notícias falsas, eventos falsos e aplicam golpes. Ou, na melhor das hipóteses, são só “mais do mesmo” e não geram valor real para quem assiste.
Rene Ritchie, Diretor Editorial e de Criação do YouTube, afirmou que a atualização é apenas uma “pequena mudança” nas políticas já existentes e que esse tipo de conteúdo já era considerado inelegível para monetização há anos.
O fenômeno do “AI slop” ameaça a credibilidade da plataforma, dificulta a descoberta de conteúdo de qualidade e coloca em risco a confiança de quem usa e de quem anuncia no Youtube.
Quem usa IA de forma criativa, agregando análise, contexto e valor ao conteúdo, não vai ser prejudicado. Já os que dependem de formatos automatizados, repetitivos ou sem transformação significativa, podem perder acesso à monetização de forma definitiva.
Ritchie esclareceu também que vídeos de reação ou que utilizam clipes, quando agregam valor ou comentário original, não serão afetados pela nova regra.
Vale lembrar que o Google identifica e limita os conteúdos inautênticos na Pesquisa Orgânica também. Em suas diretrizes de controle de qualidade, afirma que:
A classificação mais baixa se aplica quando todo ou quase todo o Conteúdo Principal (MC) da página (incluindo texto, imagens, áudio, vídeos etc.) é copiado, parafraseado, incorporado, gerado automaticamente ou por IA, ou republicado de outras fontes com pouco ou nenhum esforço, pouca ou nenhuma originalidade e pouco ou nenhum valor agregado para os visitantes do site. Páginas assim devem receber a classificação mais baixa, mesmo que atribuam o crédito do conteúdo a outra fonte.
Entre os critérios, os avaliadores do Google observam a originalidade e o esforço na criação de um conteúdo.
Continuaremos acompanhando os desdobramentos deste caso, especialmente quando as políticas estiverem valendo. Será que o Youtube vai mesmo conseguir monitorar e punir isso? Para não perder nada, siga-nos no LinkedIn e no YouTube e assine a nossa newsletter.
Comentários