Karine Sales
Jornalista e criadora de conteúdo digital, atua há mais de 8 anos desenvolvendo estratégias e textos otimizados para blogs, sites e redes sociais.
Karine Sales
Atualizado em 05/08/2025
7 min de leitura
O Google está se preparando para lançar anúncios no Modo IA até o quarto trimestre de 2025, e já está apresentando essa nova funcionalidade a agências de publicidade e marcas.
Um documento interno, compartilhado com profissionais de marketing, revela como essa nova forma de anúncios se diferencia da busca tradicional.
A novidade deve chegar primeiro aos Estados Unidos e Índia, sendo expandida gradualmente para os outros países.
Confira a seguir as principais informações sobre a novidade.
Para se preparar para este momento, o Google está enviando comunicações para seus parceiros de mídia. A ideia é explicar mais sobre o Modo IA e como serão os anúncios neste novo formato, além de incentivar o investimento:
Nesta primeira comunicação, o Google explica:
Já nesta segunda imagem, o Google explica como vão funcionar os anúncios no Modo IA:
A principal diferença entre os dois modelos está na forma como os anúncios são exibidos e no comportamento do usuário durante a navegação. Enquanto a busca tradicional do Google se baseava fortemente em palavras-chave, o Modo IA funciona a partir de conversas mais longas e abertas.
As pessoas interagem com a ferramenta, como fariam com um assistente virtual, fazendo perguntas mais complexas, o que exige que o sistema entenda o contexto da conversa como um todo, e não apenas a consulta pontual. Com isso, os anúncios passam a ser exibidos com base no conteúdo completo dessas interações, e não só em termos específicos.
Agora com relação ao formato, na busca tradicional os anúncios são apresentados de forma estática, no topo ou nas laterais da página de resultados, como links patrocinados.
No Modo IA, os anúncios são inseridos diretamente nas respostas geradas pela inteligência artificial, tornando-se parte de uma experiência mais imersiva. Isso significa que os anúncios surgem em momentos estratégicos dentro da jornada do consumidor, durante explorações mais profundas ou na busca por soluções complexas, o que pode aumentar a relevância do conteúdo patrocinado.
O Modo IA favorece campanhas automatizadas, como o Performance Max e o AI Max for Search, que já estão sendo integradas automaticamente a esse novo formato.
O Google ainda destaca que a “higiene do feed” é essencial, ou seja, as marcas precisam manter seus catálogos de produtos digitais sempre atualizados com informações corretas e completas.
A maior fonte de receita do Google hoje são os anúncios. E é claro que eles não querem perder isso!
Portanto, colocar anúncios dentro do Modo IA e explicar aos anunciantes os benefícios disso é a forma da big tech garantir a entrada de grana dos ads, mesmo com a mudança do Google para um modelo mais centrado em IA.
Há incertezas sobre o modelo de negócios no futuro: existe a dúvida se os visitantes vão de fato clicar nos links exibidos por IA da mesma forma que clicavam nos resultados tradicionais. Ainda mais com estudos comprovando que só 1% das pessoas clicam em links dentro de resumos de IA.
Se isso não acontecer, o modelo de custo por clique (CPC) pode ser ameaçado. Algumas plataformas, como a Perplexity, já consideram alternativas como o CPM (custo por mil impressões).
O Google está se movendo mais rapidamente para monetizar sua plataforma de IA, enquanto ChatGPT e Perplexity estão em fases iniciais.
Além de perder visibilidade e cliques, os resultados orgânicos também devem enfrentar um impacto na natureza das consultas.
Isso exige uma adaptação na estratégia de conteúdo: conteúdos otimizados para essas novas intenções terão mais chance de serem usados como base para as respostas da IA e, portanto, terem seus sites referenciados como fonte.
O problema é que, mesmo quando o conteúdo é usado, o tráfego pode não vir, já que o visitante pode obter sua resposta direto na interface da IA, sem precisar clicar no link.
Além disso, vai se criando uma nova camada de competição com os anúncios, que agora também estão integrados ao Modo IA. Ou seja, além de concorrer com outros sites, o conteúdo orgânico também disputa espaço com blocos de anúncios mais nativos e contextuais, o que reduz ainda mais a exposição orgânica — especialmente em buscas comerciais ou transacionais.
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