Karine Sales
Jornalista e criadora de conteúdo digital, atua há mais de 8 anos desenvolvendo estratégias e textos otimizados para blogs, sites e redes sociais.
Karine Sales
Atualizado em 16/10/2025
6 min de leitura
Lenny Rachitsky entrevistou o Vice-presidente de Produto do Google, Robby Stein. No bate-papo, eles falaram sobre o avanço da inteligência artificial, a evolução do SEO, o futuro da busca tradicional e o papel do Google em meio a tudo isso.
Fizemos um apanhado de tudo que foi falado nesta entrevista, em português. Boa leitura!
Stein afirmou que o avanço de ferramentas como o ChatGPT ou Perplexity não estão ameaçando o Google. Para ele, a base das buscas permanece estável, pois a necessidade das pessoas por informação continua ampla e diversa.
E de fato, uma pesquisa da SparkToro mostrou que 95% dos americanos continuam usando mecanismos de busca tradicionais mensalmente.
Ele também destacou que a IA não está reduzindo o uso do Google, mas expandindo-o – a mesma conclusão a que chegou um estudo da Semrush deste ano.
Um dos exemplos citados por Stein na entrevista é o crescimento expressivo do Google Lens, ferramenta que permite pesquisar a partir de imagens.
As buscas visuais estão crescendo 70% ao ano, com pessoas recorrendo à ferramenta para buscar informações de produtos, resolver tarefas ou descobrir livros semelhantes aos que possuem. Para o executivo, isso mostra que a IA está ampliando os modos de pesquisar, e não substituindo o mecanismo tradicional.
Robby Stein destacou três pilares como o futuro da busca no Google, sendo eles: AI Overview, multimodalidade e Modo IA.
Os resumos gerados por IA na busca tradicional, mais conhecidos como AI Overviews, é um recurso que está crescendo rapidamente, pois oferece respostas úteis de forma imediata.
O segundo pilar é a multimodalidade, centrada nas buscas visuais e no Google Lens. Essa camada visual está ampliando a forma como as pessoas pesquisam – apontando a câmera do celular para o que querem saber ou comprar, por exemplo – e cresce de maneira acelerada.
Multimodalidade é a capacidade de integrar e interpretar diferentes tipos de informação, como texto, imagem, som e vídeo, de forma conjunta, para compreender melhor o contexto e oferecer respostas mais completas.
O terceiro pilar do futuro na busca é o Modo IA, que integra todas as experiências anteriores em um ambiente conversacional. Com um vasto conjunto de dados (50 bilhões de produtos no Google Shopping e 250 milhões de locais no Google Maps, por exemplo), o público pode fazer inúmeras perguntas.
Recentemente, inclusive, o Google anunciou novas funções no Modo IA que têm tudo a ver com o assunto: a integração de imagem e linguagem natural e os testes com resumos automáticos de produtos.
O objetivo do Google é unir as experiências de inteligência artificial em um único ecossistema, mais coeso e contínuo. Hoje a big tech tem Gemini, Modo IA, AI Overview e o Google Lens, que funcionam de modo complementar ao buscador, mas a tendência é unir mais.
A ideia do Google é que a gente não precise pensar onde fazer uma pergunta, apenas buscar normalmente e ter a tecnologia da IA respondendo automaticamente, quando for útil.
Segundo Stein, o próprio Modo IA já alimenta parte dos resultados gerados pelas AI Overviews. Isso significa que você pode inserir perguntas complexas, com várias sentenças, diretamente na busca e receber uma prévia elaborada pela IA. A partir daí, é possível seguir o diálogo em profundidade dentro do Modo IA.
O mesmo vale para buscas visuais: ao tirar uma foto de uma planta ou de um par de sapatos, o sistema cria um resumo com IA e oferece a opção de continuar a interação, tudo integrado.
Robby Stein explicou que o novo cenário chamado de AEO (Answer Engine Optimization) é uma continuação natural do SEO tradicional, mas adaptada aos mecanismos de resposta da IA.
Quando o modelo de IA do Google elabora uma resposta, ele realiza um processo chamado query fan-out.
Nesse processo, a IA utiliza o próprio Google como ferramenta, executando dezenas de buscas simultaneamente para reunir informações e compor uma resposta final. Assim, há diversas buscas acontecendo “nos bastidores”, cada uma associada a conteúdos da web.
Para que um site tenha chance de aparecer nessas respostas, os princípios continuam os mesmos do SEO, por mais que apareçam novas siglas por aí. Stein recomenda seguir as diretrizes de qualidade dos avaliadores do Google, baseadas há décadas em critérios como:
Esses fatores seguem sendo essenciais, pois a IA ainda depende de conteúdo bem construído para gerar respostas precisas.
Stein também disse que, com a IA crescendo, as pessoas sentem mais confiança para fazer pesquisas mais elaboradas, especialmente sobre orientações, tutoriais e decisões.
Por isso, criadores e profissionais de conteúdo devem pensar em como produzir materiais que ajudem nessas situações, adaptando o conteúdo às novas intenções de busca que emergem com o uso da inteligência artificial.
___
O vice-presidente do Google disse ainda que o próximo ano será decisivo, a fim de definir como as pessoas vão usar os novos produtos baseados em IA. O que nos faz crer que, por enquanto, 2025 tem sido um ano de testes no campo da IA.
Esse compromisso de tornar a informação mais completa, útil e acessível por meio da IA é, segundo Stein, o que motiva o desenvolvimento do Modo IA e move o entusiasmo interno da equipe em torno dessa nova fase da busca.
Lembrando que o próprio CEO do Google, Sundar Pichai, já falou sobre como eles querem transformar o Modo IA no novo padrão da busca tradicional.
Continue acompanhando os perfis da SEO Happy Hour no Linkedin, YouTube e nossa newsletter para ficar por dentro de todas as novidades do universo do SEO e do Google.
Comentários