OpenAI e Perplexity investem em navegadores próprios e se tornam concorrentes diretas do Google Chrome

As big techs de IA estão lançando seus próprios navegadores. A Perplexity recentemente anunciou o Comet e a OpenAI deve lançar um browser nas próximas semanas, segundo a Reuters

Isto coloca ainda mais pressão no Google, que atualmente domina o mercado com folga. Hoje, o Chrome é responsável direto por boa parte do faturamento da empresa, além de oferecer um ativo valiosíssimo: alto volume de dados de navegação das pessoas, que são usados para melhorar produtos.

Veja abaixo quais são as propostas dos navegadores – e entenda como eles podem mudar algumas partes das estratégias de SEO.

O browser da OpenAI

A agência de notícias Reuters divulgou com exclusividade a proposta de navegador da OpenAI. Anteriormente, eles já haviam anunciado o lançamento do buscador da empresa, chamado na época de SearchGPT.

Logicamente, os principais diferenciais em relação ao que já existe no mercado são a integração com o ChatGPT e com os agentes da OpenAI, como Operator.

Eles serão parte integral da experiência de navegação. Segundo as fontes consultadas pela reportagem, isso permitirá que o navegador conclua pequenas tarefas para os visitantes, sem a necessidade de acessar sites ou usar ferramentas externas.

Exemplos destas tarefas são preencher formulários ou reservar ingressos para um show, diretamente nos sites que você usaria para fazer isso.

O lançamento se alinha à visão de Sam Altman sobre o futuro da OpenAI. Ele acredita que o foco da empresa não é ser um “buscador ou fonte de informações”, mas sim “ajudar as pessoas a realizar tarefas reais”.

Comet, o browser da Perplexity

A Perplexity começou o lançamento do Comet para assinantes do plano Max, que custa US$200. Por enquanto, o navegador tem suporte para Windows e MacOS. No momento, está sendo disponibilizado para quem se cadastrar em uma lista de espera.

O browser também usa uma LLM como buscador padrão e integração com agentes de IA. 

Segundo a Perplexity, será possível:

  • Resumir e-mails;
  • Gerenciar calendários, como o Google Calendar;
  • Interagir com páginas (para preencher formulários);
  • Resumir o conteúdo de páginas (inclusive vídeos e posts de redes sociais);
  • Fazer perguntas sobre o conteúdo de uma página.

O navegador abre uma aba lateral, onde as pessoas podem usar a LLM para interagir com as páginas. 

A equipe do portal estadunidense Tech Crunch fez alguns testes e destacou o seguinte:

  • É necessário compartilhar muitas informações com a IA. Por exemplo, liberar acesso para ver a tela, enviar e-mails, criar compromissos no calendário e compartilhar contatos;
  • O navegador realiza tarefas simples com bastante precisão;
  • Para realizar tarefas mais complexas, alucinou e gerou respostas erradas.

Por que plataformas de IA estão investindo em navegadores?

OpenAI e Perplexity poderiam ter simplesmente lançado soluções para conectar seus agentes de IA aos navegadores que já existem, como Chrome, Firefox e Edge. No entanto, ter um navegador próprio oferece muitas vantagens:

  1. As empresas de tecnologia podem ter maior controle sobre os dados coletados;
  2. Os navegadores possibilitam acesso direto às pessoas e seus hábitos de consumo, o que oferece oportunidades para a melhoria de produtos;
  3. Quando as pessoas usam o seu navegador, também usam o buscador que você define como “padrão”.

Ou seja, um navegador pode contribuir diretamente com a receita das plataformas de IA.

Este é um dos motivos pelos quais o Google tem um domínio tão grande do mercado. A empresa nunca discutiu abertamente como usa os dados do Chrome para melhorar seus produtos, mas sabemos que isso acontece. 

Fora isso, raramente as pessoas “trocam” de buscador. Elas usam o que já aparece como padrão. É por isso que o Google tem acordos milionários para ser o mecanismo de busca do Safari e do Firefox. 

Por tudo isso, o Departamento de Justiça dos EUA determinou a venda do Chrome no processo por monopólio contra o Google.

Na ocasião, um executivo da OpenAI demonstrou interesse em adquirir o navegador, antes de iniciar o desenvolvimento de uma solução própria. O Google disse que não vai vender e está recorrendo da decisão. 

Qual é o impacto dos lançamentos em SEO?

Estes lançamentos podem mudar alguns aspectos da otimização de sites.

Nas últimas décadas, fazer SEO era quase sinônimo de “otimizar para o Google”. Atualmente, isso é cada vez menos verdade – e se Perplexity e ChatGPT abocanharem fatias maiores do mercado de buscas, mudará ainda mais.

As implicações para a área são:

  • Entender como cada LLM gera citações e quais conteúdos são priorizados por elas;
  • Observar dados vindos de múltiplas fontes;
  • Encontrar maneiras de atribuir e visualizar os acessos e conversões gerados em cada canal.

Outro aspecto muito importante é que os navegadores podem mudar ainda mais os hábitos de consumo na internet. 

Futuramente, tarefas como comparar preços ou agendar consultas poderão ser feitas diretamente nos navegadores. Antes, os sites eram obrigatórios nesse processo. 

Marcas e empresas continuarão relevantes, mas em alguns anos provavelmente teremos novas formas de “descobrir” produtos e serviços, graças aos agentes de IA.

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  • Elyson Gums

    Elyson Gums

    Elyson Gums é redator na SEO Happy Hour. Trabalha com redação e produção de conteúdo para projetos de SEO e inbound marketing desde 2014, em segmentos B2C e B2B. É bacharel em Jornalismo (Univali/SC) e mestre em Comunicação Social (UFPR).

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