Cliques na AI Overview equivalem ao da posição 6 do Google tradicional

Aparecer em uma AI Overview não é sinônimo de receber cliques. Essa é parte da conclusão de um estudo que analisou mais de 20 mil consultas e mostrou dados relacionando as AI Overviews com cliques em sites. 

A visibilidade no recurso do Google é alta, mas a geração de tráfego é baixa, comparável a estar na sexta posição nos links azuis tradicionais. 

Como a análise foi feita: dados de clique AI Overview x Busca tradicional

A análise, conduzida por Adam Gnuse, e publicada no Search Engine Land, surgiu da pergunta: 

“As citações em AI Overviews estão realmente gerando cliques? Ou estão apenas empurrando os verdadeiros geradores de cliques para o final da página?” 

Ele reuniu mais de 20 mil consultas de diversos setores (como educação, fitness, e-commerce etc.), entre fevereiro e abril de 2025. Dentro desse universo, foi feito um recorte específico de 200 páginas de resultados, em que a AI Overview aparecia. 

Para a análise, Adam usou o Search Console e o Semrush. E para cada domínio analisado, foram extraídas duas informações principais: posição do site dentro da AI Overview e posição nos links azuis tradicionais. 

A partir daí, a pesquisa avaliou o CTR (taxa de cliques), impressões e cliques que cada site recebeu. 

O resultado: comparando os cliques da AI Overview e Busca tradicional

Agora vamos aos resultados: 

  • O 1º lugar dentro da AI Overview gera, em média, 6 cliques. Na segunda posição, cai para 3 cliques; 
  • Por sua vez, os 3 primeiros resultados dos links azuis, a busca tradicional do Google, recebem: 17,5, 15 e 12.5 cliques, respectivamente. 
Na imagem temos um gráfico do lado esquerdo que relaciona o CTR com a posição na SERP. No lado direito, o gráfico relaciona o CTR com a posição no AI Overview.

O estudo também mostrou que, em setores que demandam resposta rápida, como saúde e reparo automotivo, a IA chega a reduzir a necessidade de clique, já que a resposta é consumida diretamente no resultado. Mas em áreas de maior consideração, como SaaS, e-commerce e educação, o público ainda prefere explorar os links azuis.

Se a gente parar pra pensar, faz sentido que as AI Overviews gerem poucos cliques. A ideia do recurso é justamente resolver a intenção de busca já na tela, reforçando o fenômeno das buscas zero cliques. 

Diferente dos links azuis, que contam com título e meta descrição atrativos, no AI Overview as marcas aparecem em citações pequenas e sem destaque, o que reduz o apelo.

Como conduzir as otimizações para AI Overviews?

A pergunta que fica é: se o resultado de cliques é tão baixo na AI Overview, será que realmente vale a pena otimizar o conteúdo para IA? 

Nossa resposta é: sim, mas você não deve focar só nisso. AI Overview não substitui a busca tradicional e não deve ser tratado como o único foco. O jogo continua sendo aumentar a visibilidade da sua marca, o que inclui todos os recursos do Google – links azuis, AI Overviews e Modo IA.

A seguir temos três dicas de como conduzir as otimizações de SEO neste momento: 

1. Não otimize apenas para IA

Aparecer no AI Overview é importante porque traz visibilidade. Se a sua marca está lá, é porque o algoritmo te considera um porta-voz no seu nicho. E as pessoas valorizam isso. Você pode não receber o clique naquele momento, mas pode influenciar uma decisão futura

Trate essas citações como momentos de topo de funil, que reforçam a marca e aumentam o reconhecimento. O Adam Gnuse sugere criar pequenos trechos com respostas curtas e concisas em pontos estratégicos do conteúdo (após H2 ou H3, com menos de 200 caracteres). 

2. Não abandone o “SEO tradicional”

Os links azuis continuam sendo o que realmente gera cliques e conversões. Portanto, mantenha o foco em práticas fundamentais: 

  • Profundidade de conteúdo: textos mais completos, que cobrem tópicos de forma abrangente, e com visões únicas, tendem a reter o leitor por mais tempo, reduzir a taxa de rejeição e reforçar a relevância. Uma boa ideia é a estratégia de SEO por tópicos
  • Linkagem interna: distribuir links internos de forma estratégica ajuda o Google a entender a hierarquia do seu site, reforça a autoridade de páginas prioritárias e aumenta as chances de que elas sejam destacadas tanto em resultados orgânicos quanto em recursos de IA;
  • Saúde técnica: velocidade, usabilidade e Core Web Vitals impactam diretamente a performance em todos os tipos de resultados.

A pesquisa evoluiu, mas o “velho SEO” ainda é o que garante tráfego, conversão e negócios.

3. Avalie as mudanças de CTR

Um erro comum é medir resultados com base em expectativas antigas de CTR. Estar na primeira posição não garante mais de 30% a 40% de cliques. O comportamento das pessoas mudou com a chegada de tantas camadas na SERP (IA, anúncios, mapas, carrosséis etc.).

A recomendação é usar dados reais, extraídos do Google Search Console, para entender como suas páginas performam em comparação com a média do setor. 

Eduque também as partes interessadas sobre essa nova realidade, mostrando que a AI Overview deve ser vista como ferramenta de visibilidade, e não como tráfego direto. Pense nela como um outdoor digital: nem sempre gera o clique imediato, mas pode reforçar a lembrança da marca.

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E aí, o que você achou desses dados? Sua otimização para os links azuis está em dia? Conta pra gente! Continue acompanhando nossos perfis no Linkedin, YouTube e nossa newsletter para ficar por dentro de todas as novidades do universo do SEO e do Google. 

  • Karine Sales

    Jornalista e criadora de conteúdo digital, atua há mais de 8 anos desenvolvendo estratégias e textos otimizados para blogs, sites e redes sociais.

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