Google afirma que IA não prejudica o tráfego orgânico. Será que é verdade?

O Google lançou um artigo em seu site, assinado pela Liz Reid, Vice-presidente de Pesquisa, em que afirma que a presença de IA nas buscas não está prejudicando os sites que dependem da busca orgânica. Pelo contrário, está oferecendo mais qualidade de cliques. 

Confira os pontos abordados pela big tech em seu texto: 

1. Mais consultas e mais qualidade de cliques

O Google afirma que os recursos de IA em sua plataforma de busca — como AI Overviews e o novo Modo IA — permitem que os visitantes façam perguntas mais complexas, gerando mais consultas do que nunca. 

Além disso, a big tech diz que os cliques realizados nos sites a partir dos resultados são de “maior qualidade”, porque essas pessoas tendem a permanecer mais tempo no site e explorar o conteúdo, em vez de voltar rapidamente à busca.

2. Tráfego estável para a web

Contrariando alegações externas sobre queda de tráfego, o Google diz que o volume total de cliques orgânicos para sites permanece “relativamente estável” no comparativo anual. 

Na verdade, eles dizem que estão enviando um pouco mais de “cliques de qualidade” do que há um ano.

3. A IA como aliada da web

Segundo o Google, seus modelos de IA foram treinados para dar destaque à web — com links proeminentes e citações claras das fontes. A ideia é que a IA não substitua a web, mas estimule as pessoas a explorarem mais, beneficiando criadores e sites com maior engajamento.

O Google está certo nessas alegações? 

Não muito. 

O Google está tentando mudar a narrativa para que ele não saia como malvado. Afinal, está usando conteúdo da web para alimentar sua IA, e em troca os sites perdem mais um lugar na SERP, sem poder fazer nada quanto a isso além de… lamentar. 

Inclusive, o Danny Goodwin, do Search Engine Land, escreveu algumas críticas bem pertinentes a este texto do Google:

  • O Google afirma que “as pessoas estão fazendo mais perguntas do que nunca”, mas não detalha quantas dessas consultas resultam em cliques, nem quantas são totalmente respondidas dentro do próprio Google.
  • Quando a big tech fala em “cliques de qualidade” não expõe quais métricas podem medir essa tal qualidade, por isso o termo acaba sendo vago e nada claro. Inclusive nós falamos sobre essas diferenças do ponto de vista do que é realmente a qualidade de tráfego vindo da IA
  • A presença de cliques vindos de resultados de IA não necessariamente indica maior engajamento. Estudos sugerem que esse tipo de tráfego não é, na prática, tão valioso quanto o tráfego orgânico tradicional.
  • Embora o Google afirme que IA e web “não são mutuamente excludentes”, os resumos gerados por IA frequentemente apresentam conteúdos de criadores, às vezes sem crédito ou compensação justa.

 O que isso significa para quem faz SEO?

Se antes o tráfego orgânico era a métrica principal para medir o sucesso, agora o cenário está mudando rapidamente. 

A presença cada vez maior da IA nas buscas exige que profissionais de SEO passem a olhar também para outros indicadores, como visibilidade em respostas de IA, captação de leads e engajamento real do público

É um momento de adaptação intensa — com muitas opiniões e estudos divergentes — e quem atua na área precisa estar preparado para testar novas estratégias, repensar KPIs e enxergar o Google não apenas como fonte de tráfego, mas como um ecossistema em constante transformação.

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E você, o que acha do otimismo do Google? A big tech está certa ou errada? Conta pra gente! 

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  • Karine Sales

    Jornalista e criadora de conteúdo digital, atua há mais de 8 anos desenvolvendo estratégias e textos otimizados para blogs, sites e redes sociais.

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