IA generativa não faz parte da rotina da maioria dos brasileiros, diz pesquisa

Pode parecer chocante para quem trabalha com marketing, mas a maioria dos brasileiros não usa IA generativa. As pessoas usam várias formas de IA, mas não têm o hábito de criar textos, imagens ou códigos com ela.

As informações são de uma pesquisa feita pelo Datafolha e pelo Observatório Fundação Itaú, divulgada no início de agosto. 

Pois é, a gente ouve algumas anedotas de que “as pessoas estão substituindo o Google pelo ChatGPT”, mas não é bem por aí. Pelo menos por enquanto.

Segundo os pesquisadores, 93% das pessoas usam alguma forma de Inteligência Artificial. Destas, um número significativo de pessoas usa a IA para obter informações.

Esse tipo de informação pode ajudar a priorizar as atividades dentro do SEO. Em outras palavras, elas servem para lembrar que não é uma boa ideia “abandonar” o Google e focar toda a atenção em otimização para chatbots de IA.

Principais resultados

Segundo a pesquisa, 93% dos brasileiros usam alguma forma de Inteligência Artificial.

No entanto, o número cai drasticamente quando falamos de ferramentas de IA generativa, como ChatGPT, Perplexity ou MidJourney:

  • 57% nunca usaram ferramentas de geração de texto;
  • 69% nunca usaram ferramentas de geração de imagem.

A diferença pode ser explicada pelo uso passivo de IA. Isso significa usar alguma ferramenta que usa IA em seus sistemas, como buscadores, Netflix, redes sociais, Waze, etc.

75% das pessoas reconhecem que a IA está presente no dia a dia. O uso ativo e intencional para criar é que não faz parte da rotina. 

O potencial dos buscadores de IA

Apesar disso, a pesquisa reforça a relevância das plataformas de IA para buscar informações. 

Entre as pessoas que afirmaram usar IA:

  • 58% pesquisam informações;
  • 56% resumem documentos, fazem perguntas pontuais e complexas;
  • 51% procura por recomendações de filmes, séries, jogos ou músicas.

Uma pesquisa publicada pela Adobe, sobre o uso do ChatGPT nos EUA, chegou a resultados parecidos. A maioria das pessoas usa a IA generativa para obter informações. A diferença principal é que por lá o uso já está mais difundido.

Percepção da IA no mercado de trabalho

A pesquisa identificou que as pessoas estão divididas quanto às expectativas da IA para o mercado de trabalho. Metade considera uma ameaça e muitas pessoas também enxergam riscos na tecnologia.

Em detalhes:

  • 49% das pessoas consideram a IA uma ameaça a seu emprego ou profissão;
  • 51% não veem problemas;
  • 41% das pessoas sabem de casos de IA substituindo trabalhadores.

Os principais receios quanto à tecnologia são:

  • 42% temem coleta e uso de dados sem controle;
  • 36% temem uso de IA para fins malicioso, como manipulação de informações;
  • 34% temem desemprego em massa no futuro;
  • 31% têm receio com geração de notícias falsas.

Como a pesquisa foi feita?

O Datafolha entrevistou 2.798 pessoas, seguindo alguns critérios para obter maior representatividade da população brasileira. Participaram da entrevista pessoas a partir de 16 anos de idade, de todas as regiões do país.

Os dados são de julho de 2025. A pesquisa tem margem de erro de 2 pontos percentuais.

O que os dados significam para quem faz SEO?

A pesquisa não faz menção a SEO ou traz muitos detalhes sobre o uso da IA em buscadores. Ainda assim, é possível extrair alguns insights valiosos para a área:

  • Muitos marketeiros já “mataram” o Google, mas a população geral ainda não;
  • Acompanhe as tendências de IA generativa, mas não abra mão das otimizações para as ferramentas do “presente”;
  • Escrever conteúdo legível para máquinas está cada vez mais importante. Antes, o “espaço” de SEO era apenas o Google, mas as mudanças no mercado incentivam também a otimização para TikTok, Instagram, YouTube, etc.

O que estou acompanhando em pesquisas nacionais e estrangeiras sobre os impactos e crescimentos da IA é que ela não substitui os buscadores, mas os amplia. Tarefas que antes eram impossíveis, como interagir com dados usando linguagem natural, estão cada vez mais triviais.

Na prática, nem sempre é difícil lembrar disso, pois a IA tende a dominar o debate. Afinal, há muito o que discutir – impactos, novas abordagens, tendências de crescimento, taxa de conversão, impacto em cliques, etc.

A IA generativa tende a dominar o debate e as coberturas na área de SEO, pois há muito o que discutir – impactos, novas abordagens, crescimento, taxa de conversão, etc. 

Nesse cenário, muitas pautas tradicionais, como SEO técnico e otimização on-page, ficam em segundo plano, já que tudo é novidade. Mas isto não significa que essas atividades devam ser abandonadas no dia a dia dos profissionais. 

Elas são, inclusive, a base para aparecer nas IAs. Muitas das práticas tradicionais de SEO também contribuem para a visibilidade de marcas em ChatGPT, Perplexity, entre outras interfaces de IA generativa. Portanto, devem sempre ter espaço. 

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  • Elyson Gums

    Elyson Gums

    Elyson Gums é redator na SEO Happy Hour. Trabalha com redação e produção de conteúdo para projetos de SEO e inbound marketing desde 2014, em segmentos B2C e B2B. É bacharel em Jornalismo (Univali/SC) e mestre em Comunicação Social (UFPR).

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