Renderização do lado do cliente ou do lado do servidor são duas formas de transformar o código do seu site em conteúdo visual. Quanto melhor o processo, melhor a experiência de página e performance do site.
Dito isso, qual é a melhor opção para o seu site?
Martin Splitt, porta-voz do Google, deu a resposta em uma entrevista. E, como quase tudo em SEO… Depende.
Como o Google lida com JavaScript?
Antes de falar especificamente sobre renderização do lado do cliente ou do servidor, é importante entender como o Google processa arquivos JavaScript.
Segundo Martin Splitt, o processo dura minutos. Por isso, atrasos de renderização costumam ter outras origens, não a dificuldade em lidar com JS.
Inclusive, essa capacidade coloca os crawlers do Google à frente da concorrência, quando o assunto é IA. Rastreadores de serviços como o ChatGPT ainda não conseguem renderizar JavaScript, o que pode tornar parte das páginas inacessível.
Outro ponto importante do Googlebot é que ele renderiza todos os tipos de página, mesmo as mais pesadas. Ele não “prioriza” o rastreamento com base nos recursos gastos para a tarefa. Ainda assim, é importante ter atenção ao uso e carregamento desses arquivos, pois eles têm impacto direto na performance do site.
É melhor usar renderização do lado do cliente ou do lado do servidor?
A escolha depende do que o site faz. Esse é o consenso geral sobre a escolha; Martin Splitt apenas reforçou o pensamento.
Segundo o porta-voz:
Sites estáticos devem usar renderização do lado do servidor (SSR);
Sites dinâmicos devem usar renderização do lado do cliente (CSR).
Para complementar o raciocínio, ele trouxe alguns exemplos:
Se você tem um site “clássico”, que basicamente apenas apresenta informação aos visitantes, então depender de JavaScript [para exibir conteúdo] pode ser uma desvantagem. Pode quebrar, causar problemas, tornar tudo mais lento, exigir mais bateria do celular. Não é um ou outro. São duas ferramentas. Você precisa de um martelo ou de uma chave de fenda? Isso depende do que você quer fazer.
Como funciona a renderização do lado do servidor (SSR)?
Neste método, o navegador já recebe arquivos prontos para renderização de forma imediata.
Para cada página visitada, ocorre o seguinte processo:
O visitante insere a URL no navegador;
O servidor envia um arquivo pronto para renderização;
O navegador renderiza a página, baixa o JavaScript e exibe o conteúdo.
Logo, desde o primeiro momento uma versão completa da página é exibida. Como o conteúdo não depende de arquivos JavaScript para ser exibido, aparece na tela mais rapidamente.
Como funciona a renderização do lado do cliente (CSR)?
Já na renderização do lado do cliente, todo o processo ocorre no navegador. Começa mais devagar, mas torna-se mais eficiente em escala, pois não é necessário carregar diferentes arquivos para exibir os conteúdos subsequentes.
O processo funciona assim:
O visitante insere a URL no navegador;
Uma requisição é feita para o servidor;
O servidor envia arquivos estáticos (CSS e HTML) para o navegador;
Apenas depois o arquivo JS é baixado;
O conteúdo é gerado dinamicamente no navegador e torna-se visível conforme o visitante interage com ele.
É um processo mais complexo, mas que traz diversas vantagens, como economia de recursos de servidor e maior velocidade em carregar novos elementos de conteúdo.
Quais as diferenças entre os métodos?
A principal diferença são os passos necessários até que o visitante possa ver a versão completa da página.
Na renderização do lado do servidor, o processo é mais rápido, pois o HTML já chega “pronto” ao navegador. Isso também também facilita a leitura por parte de rastreadores como o Googlebot.
Já na renderização do lado do cliente, o navegador carrega primeiro uma versão básica da página, que depois é complementada pelo JS. Por isso, podem ocorrer atraso inicial de carregamento e erros na indexação de páginas em buscadores.
Como escolher o melhor tipo de renderização?
Como regra geral, páginas estáticas usam SSR e páginas dinâmicas usam CSR. É a dica de Martin Splitt, que resume bem os principais casos de uso de cada modelo.
Se você quiser ir além, também pode considerar o seguinte:
Frequência de atualização: se o conteúdo da página muda muito frequentemente (como aplicações web, editores de vídeo, plataformas CAD, etc.), CSR é mais fácil e econômico de gerenciar;
Recursos de desenvolvimento: CSR costuma custar mais caro, pois é mais complexo desenvolver em React ou Node.js do que em PHP ou WordPress;
SEO: SSR facilita o rastreamento e a indexação. Logo, vale a pena usar em blogs e páginas de produto, cujo conteúdo muda pouco e a presença nos buscadores é crucial.
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Elyson Gums é redator na SEO Happy Hour. Trabalha com redação e produção de conteúdo para projetos de SEO e inbound marketing desde 2014, em segmentos B2C e B2B. É bacharel em Jornalismo (Univali/SC) e mestre em Comunicação Social (UFPR).
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