Karine Sales
Jornalista e criadora de conteúdo digital, atua há mais de 8 anos desenvolvendo estratégias e textos otimizados para blogs, sites e redes sociais.
Karine Sales
Atualizado em 12/09/2025
6 min de leitura
Um novo estudo da empresa de marketing digital BrightEdge revelou que os sistemas de IA do Google (AI Overviews e Modo IA) e o ChatGPT da OpenAI frequentemente recomendam marcas diferentes em resposta às mesmas perguntas.
Colocando em números, de acordo com o estudo, os sistemas discordaram sobre qual marca recomendar em 61,9% das vezes. Isso significa que para quase dois terços das perguntas, as pessoas recebiam respostas diferentes dependendo de qual IA usavam.
A seguir eu te conto como essa pesquisa foi feita e as principais descobertas.
A metodologia consistiu em submeter dezenas de milhares de consultas idênticas (usando as mesmas perguntas e palavras-chave) às três plataformas analisadas:
O foco principal da análise foi rastrear e quantificar a frequência e a consistência com que nomes de marcas eram mencionados nas respostas. Para cada consulta, a equipe registrou se as marcas apareciam, quantas eram citadas e, obviamente, se as mesmas marcas eram recomendadas em todas as plataformas.
Além disso, o estudo categorizou as consultas por intenção de busca (como “comprar”, “comparar” ou “melhor”) e por setor (saúde, e-commerce, finanças etc.). Isso ajudou a identificar os padrões específicos, como o alinhamento em consultas de comparação.
O estudo permitiu que a gente chegasse às seguintes conclusões:
Conforme já adiantamos na introdução deste texto, o estudo revelou que as plataformas discordaram sobre quais marcas recomendar em 62% das consultas realizadas.
Isso significa que, para a mesma pergunta feita por uma pessoa, é extremamente comum que cada sistema priorize e apresente um conjunto diferente de empresas.
Apenas 17% de todas as consultas resultaram na recomendação das mesmas marcas em todas as três plataformas simultaneamente.
Essa descoberta é fundamental porque revela um ecossistema de busca generativa profundamente fragmentado, onde a visibilidade de uma marca não é garantida universalmente, mas sim dependente da plataforma escolhida pelo consumidor.
O Google AI Overviews se mostrou a plataforma mais propensa a incluir marcas em suas respostas, mencionando-as em 36,8% das consultas e listando uma média de 6,02 marcas por resposta.
Esse número é 2,5 vezes maior que a média do ChatGPT (2,37 marcas por consulta) e quase 4 vezes maior que a do Modo IA (1,59 marcas por consulta).
O estudo revelou uma diferença filosófica na forma como as plataformas constroem suas respostas.
Menção é o ato de nomear uma marca diretamente no texto. Por exemplo: “As melhores marcas de tênis para corrida são Nike e Adidas”.
Já a citação é quando vinculamos a resposta a uma fonte externa. Por exemplo: “As melhores marcas de tênis para corrida incluem opções com bom amortecimento e durabilidade [1]. Um estudo do Site de Esportes X também destaca modelos leves para treino de velocidade [2]”.
[1] https://exemplo.com/melhores-tenis-corrida
[2] https://site-esportes.com/analise-tenis-velocidade
O ChatGPT age, primariamente, como um “recomendador de marcas”, baseando suas respostas em padrões internos aprendidos durante o treinamento. Ele menciona mais marcas do que cita fontes (2,37 menções vs. 0,73 citações).
Em contrapartida, as ferramentas do Google funcionam como “máquinas de citação”. O Modo IA, por exemplo, citou fontes 6 vezes mais do que mencionou nomes de marcas diretamente (9,49 citações vs. 1,59 menções).
A concordância entre as plataformas não é aleatória; ela é drasticamente influenciada pela intenção de busca por trás da consulta. Quando a intenção é claramente comercial ou comparativa, o alinhamento nas recomendações salta para níveis muito altos.
Consultas com a palavra “compare” tiveram 80% de concordância, enquanto aquelas com “comprar” atingiram 62%. Por outro lado, consultas mais genéricas ou informativas (como “melhor” ou “ofertas”) mostraram muito menos consenso.
Embora as plataformas discordem na maioria dos casos, elas convergem quando o visitante está claramente no modo de decisão de compra, o que significa que otimizar para essa intenção deve ser uma prioridade para as marcas.
A taxa de discordância não é uniforme em todos os mercados, variando significativamente de setor para setor.
O setor de Saúde liderou a discordância com 68,5%, seguido por Educação (62,1%) e Tecnologia B2B (61,7%). O E-commerce apresentou a menor taxa (57,1%), mas ainda é um índice de desacordo muito alto.
Essa variação sugere que o nível de consenso sobre autoridades e marcas confiáveis difere entre os setores.
Áreas com mais regulamentação, nuance ou onde a informação está em constante evolução (como saúde) apresentam muito menos concordância, enquanto setores mais orientados a transações e com avaliações amplamente disponíveis (e-commerce) tendem a ter um alinhamento um pouco maior, mas ainda assim insuficiente.
A estratégia de SEO tradicional precisa se adaptar para enfrentar o cenário fragmentado da busca generativa com IA (GenAI Search).
A visibilidade não depende mais apenas de ranquear no Google, mas de ser reconhecida e recomendada por diversas plataformas de IA, cada uma com comportamentos distintos.
Inclusive, nós acabamos de publicar um artigo com as 10 principais estratégias para aparecer na IA. Vale ler e conferir se elas estão alinhadas com o que a sua empresa vem fazendo em termos de SEO.
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