Conheça o Goldmine, sistema de avaliação de títulos do Google

Lembra daquele vazamento de documentações do Google de 2024? Ele ainda está rendendo. O pesquisador Shaun Anderson descobriu, nesses documentos, o Goldmine, sistema supostamente usado pelo Google para avaliar e pontuar títulos de uma página. 

Shaun também descobriu uma série de atributos que são levados em conta na hora de avaliar e escolher um título a aparecer na página de resultados:

  • goldminePageScore: Nota geral do título, levando em conta todos os fatores relevantes;
  • goldmineTitleTagFactor: Avalia a qualidade do título definido pelo autor na tag <title>;
  • goldmineBodyFactor: Mede o quanto o título se conecta ao conteúdo da página;
  • goldmineAnchorFactor: Considera a relação com os textos de links (âncoras) apontando para a página;
  • goldmineHeadingFactor: Leva em conta a correspondência com os principais cabeçalhos presentes na página.

Isso mostra como o Google utiliza vários fatores diferentes para atribuir uma pontuação de qualidade a cada título de página. 

Vale lembrar que os documentos vazados dão apenas uma visão parcial do funcionamento do Google. Além disso, a big tech está sempre atualizando e mudando seus algoritmos. Então, leia o artigo para se informar, mas não leve ao pé da letra, ok? 

Vamos lá! 

O que é o Goldmine do Google? 

O Goldmine é um sistema interno do Google que atua como avaliador de qualidade dos elementos exibidos nas SERPs, especialmente os títulos de página.

Seu objetivo é identificar, pontuar e selecionar automaticamente o melhor título (ou outro texto representativo) para apresentar ao leitor, com base em coerência semântica, confiabilidade e desempenho real.

Captura de tela de documentação técnica da API do Google, mostrando uma lista de atributos relacionados à pontuação e seleção de títulos, incluindo parâmetros como goldmineTrustFactor, forcedExperimentScore, widthFraction, queryMatch e docLang, cada um com tipo, valor padrão e breve descrição.

Ele compõe parte da estrutura modular de ranqueamento do Google ao lado de sistemas como Radish (snippets), SnippetBrain (reescrita), BlockBERT (análise linguística) e NavBoost (dados de comportamento do usuário).

Como funciona o Goldmine? 

O funcionamento do Goldmine é dividido em três estágios complementares:

  1. Análise de candidatos a títulos; 
  2. Análise de texto; 
  3. Performance real. 

Vamos analisar como cada um desses estágios ocorre: 

1. Análise de candidatos a títulos

O sistema coleta várias fontes possíveis:

  • <title> original;
  • Heading tags <h1> e <h2> (sourceHeadingTag);
  • Textos âncora de links internos e externos;
  • Títulos gerados automaticamente pelo Google (sourceGeneratedTitle).

Essa análise reforça que quando colocamos um título HTML, o Google vê apenas como uma sugestão, e pode substituí-lo por uma versão mais coerente semanticamente.

2. Análise de texto

Cada candidato passa por uma avaliação semântica com o modelo BlockBERT, que mede clareza, naturalidade e coerência linguística. 

O fator goldmineBlockbertFactor pontua a qualidade linguística e pode penalizar repetições ou textos artificiais. Já existiam suposições sobre isso, mas com o vazamento foi revelado como acontece de fato. 

3. Performance real

O fator decisivo fica com o comportamento dos leitores:

  • goodClicks: cliques seguidos de tempo de permanência alto;
  • badClicks: cliques com retorno rápido à SERP;
  • lastLongestClicks: o último clique duradouro que encerra a busca.

Esses sinais são ponderados pelo atributo goldmineNavboostFactor e definem se o título ajuda ou prejudica o ranqueamento final.

O NavBoost é um sistema que usa dados de navegação para melhorar resultados de busca. Ele coleta dados de usuários e analisa os cliques para entender quais páginas atendem melhor às expectativas dos visitantes para cada pesquisa.

Temos um artigo completo aqui no site sobre como funciona o Navboost do Google

Goldmine descarta títulos de baixa qualidade

O sistema foi desenhado para identificar e penalizar automaticamente títulos de baixa qualidade nas páginas indexadas pelo Google. Ele leva em conta diversos sinais negativos, como:

  • Quando muitos títulos no site usam frases genéricas ou repetidas (boilerplate), o atributo goldmineHasBoilerplateInTitle identifica e penaliza esses padrões, pois eles não acrescentam valor ou especificidade ao resultado que será apresentado na página de resultados; 
  • O atributo dupTokens mede quantas palavras são repetidas no título apenas para tentar ganhar relevância em buscas. Títulos assim perdem pontos automaticamente, pois são considerados tentativas de manipular o ranking;
  • Se um título excede o limite de largura definido pelo Google para exibição nas SERPs (normalmente relacionado ao número de caracteres ou pixels), o atributo isTruncated é ativado. Para saber o limite, use um simulador de SERP
  • O sistema também penaliza o site se o idioma do título não corresponde ao do conteúdo da página (usando o atributo goldmineForeign) ou se o título não reflete com precisão o tema da página.

Quando qualquer desses sinais é encontrado, o título recebe um “flag” chamado badTitle (título ruim). Assim, o Google pode descartar o título como candidato principal e escolher outra opção. 

O novo título entra em teste real, avaliado pelo Navboost. Se esse novo título também não performar bem, a posição do site na pesquisa pode cair. 

Tudo isso mostra como é importante otimizar os títulos de maneira adequada, a fim de evitar penalizações que podem prejudicar a descoberta do seu site na página de resultados.

Como otimizar títulos de acordo com o Goldmine

Para otimizar os títulos do seu site de acordo com as diretrizes do Goldmine, será preciso ir além de uma simples escolha de palavras-chave. Mas, em geral, se você segue boas práticas de SEO, já está garantindo um bom resultado nesse quesito.

O sistema Goldmine prefere sites que demonstram consistência dentro do tema, legibilidade, clareza e capacidade de satisfazer a busca

Para aplicar tudo isso na prática, siga essas dicas: 

  • Coerência de sinais: O Goldmine compara vários elementos da página, como o <title>, <h1>, URL, metadescrição e textos de links internos. Para conquistar uma pontuação alta, todos esses campos precisam refletir o mesmo assunto. Por exemplo, se o título fala sobre “macramê moderno”, o <h1>, a URL e as âncoras de links para essa página também devem abordar especificamente “macramê moderno”, evitando termos genéricos ou fora do tema; 
  • Linguagem clara e natural: Títulos são avaliados por modelos de linguagem como o BlockBERT, que penalizam frases artificiais, repetitivas ou vagas. Isso significa que você deve escrever títulos simples, sem exagerar nas palavras-chave e usando frases que façam sentido para um ser humano;
  • Legibilidade: Títulos muito longos recebem pontuação negativa pelo atributo isTruncated, que indica que o texto pode aparecer cortado na SERP. O ideal é manter títulos abaixo de 60 caracteres e evitar frases complexas, tornando a leitura rápida e fácil;
  • Experiência completa e promessa cumprida: O Goldmine verifica se o título realmente representa o conteúdo da página, com o objetivo de evitar o famoso clickbait. Títulos bem escolhidos garantem cliques de alta permanência (“good clicks” e “lastLongestClicks”);
  • Hierarquia: O atributo goldmineGeometryFactor avalia se termos importantes estão destacados visivelmente na página, seja pelo tamanho ou pelo peso da fonte. Destacar o nome do artigo em uma fonte maior ou negrito no <h1> reforça a relevância para o sistema.

Seguindo esses princípios, os títulos se tornam mais resistentes a penalizações e têm maior chance de serem selecionados pelo Goldmine e bem avaliados pelos leitores. 

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  • Karine Sales

    Jornalista e criadora de conteúdo digital, atua há mais de 8 anos desenvolvendo estratégias e textos otimizados para blogs, sites e redes sociais.

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