John Mueller recomenda testar e-commerces para agentes de IA

John Mueller, do Google, recomendou que e-commerces verifiquem se seus sites são acessíveis e funcionais para agentes de IA – assistentes automatizados que fazem compras online em nome de usuários humanos.

O conselho foi dado após Mueller compartilhar os resultados de um experimento realizado por Malte Polzin, que testou os 50 maiores e-commerces da Suíça. Apesar de a maioria funcionar com o agente de IA do ChatGPT, algumas falharam devido a:

  • CAPTCHAs e ferramentas similares (como Cloudflare Turnstile);
  • Páginas de manutenção ativas;
  • Sistemas de proteção contra bots que bloquearam o acesso.

Mueller destacou que, com o possível aumento do uso de IAs para compras, é importante garantir que esses agentes não sejam barrados erroneamente por sistemas de segurança, o que pode frustrar os clientes que as utilizam. Ele sugere que as empresas decidam se querem ou não facilitar esse tipo de acesso.

Vale lembrar que o Google I/O 2025, um dos principais anúncios da big tech foi a possibilidade de um agente fazer a compra de um produto, conforme exemplificado no vídeo a seguir: 

Pode ser que esse tipo de função ainda leve um tempo para chegar para todos, mas se o seu site já estiver otimizado para receber os agentes, você sai na frente. Além disso, otimizar para os robôs também é garantir um site com boa navegação para seus clientes. 

Como otimizar seu site para agentes de IA? 

A tecnologia de agentes de IA ainda é muito nova. Portanto, não há boas práticas oficiais que tragam melhores resultados, ou guias consolidados sobre o assunto. 

Mas, existem alguns elementos que você pode ir trabalhando para garantir que seu site seja acessível para os agentes: 

1. Estrutura de dados e semântica

Os agentes de IA dependem fortemente da estrutura dos dados para entender e interagir com um site.

  • Schema Markup (Dados Estruturados): O Schema fornece contexto inequívoco, permitindo que o agente entenda exatamente o que cada elemento significa;
    • Use vocabulários schema.org para marcar explicitamente: produtos (preço, disponibilidade, marca, avaliações); empresas locais (nome, endereço, telefone, horário de funcionamento); FAQ; Eventos e receitas.
  • HTML Semântico: Use as tags HTML corretas para sua finalidade. Isso ajuda o agente a navegar pela página e entender a hierarquia e o propósito de cada seção;
    • Use <header>, <nav>, <main>, <article>, <section>, <footer>. Para botões, use <button>, não <div> estilizadas. Para listas de produtos, use <ul> ou <ol>.

2. Acessibilidade e navegação

Um site acessível para humanos é, em geral, mais acessível para agentes de IA. Os agentes de IA “veem” o site de uma forma similar a um leitor de tela. Se uma pessoa cega pode navegar e comprar, um agente de IA provavelmente também conseguirá. 

Foque nas otimizações a seguir: 

  • Texto alternativo descritivo (alt text): Forneça descrições claras e concisas para todas as imagens, especialmente de produtos;
  • Links e botões claros: Use textos de link descritivos (ex.: “Comprar Tênis Esportivo Preto – Modelo X”, em vez de apenas “Comprar”).

3. Acesso e segurança

Este é o ponto mais crítico e delicado, e é bem aqui que a maioria dos sites erra e bloqueia os agentes sem querer. Inclusive foi uma das falhas apontadas por John Muller. 

  • Não bloqueie agentes legítimos: Agentes de IA de grandes empresas (como OpenAI, Google) geralmente se identificam com um user-agente claro (ex.: ChatGPT-User). Configure suas regras para permitir deixar passar pelo CAPTCHA esses agentes conhecidos, em vez de bloqueá-los automaticamente. Para encontrar o nome oficial de cada user-agent, verifique as documentações de cada empresa (OpenAI, Google etc.); 
  • Diferencie por Comportamento, não apenas por Identidade: Como o próprio Mueller sugeriu, avalie se o “bot” está tendo um comportamento de usuário legítimo (navegando produtos, adicionando ao carrinho) ou malicioso (raspando dados em massa, tentando invadir). Bloqueie comportamentos maliciosos, permita comportamentos de compra;
  • Reavalie o uso de CAPTCHAs: CAPTCHAs tradicionais (como reCAPTCHA v2) são uma barreira para a maioria dos agentes de IA atuais. Considere usar alternativas mais inteligentes, como o reCAPTCHA v3 ou hCAPTCHA. Se um CAPTCHA for absolutamente necessário, coloque-o o mais tarde possível no funil (ex.: no momento do checkout, não na página inicial).

4. Clareza e simplicidade do processo

Deixe seus formulários (de cadastro, checkout, contato) o mais simples e diretos possível, além de usar campos bem identificados. 

Outra dica é evitar etapas excessivas ou redirecionamentos complexos que possam confundir o agente.

Por fim, garanta que informações como preço, disponibilidade e prazos de entrega estejam claramente visíveis no HTML da página, e não apenas em pop-ups ou elementos que dependam de JavaScript pesado.

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  • Karine Sales

    Jornalista e criadora de conteúdo digital, atua há mais de 8 anos desenvolvendo estratégias e textos otimizados para blogs, sites e redes sociais.

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