Google não deixa você ver quantos cliques o Modo IA gera para o seu site

Situação complicada acontecendo nos Estados Unidos: não dá para saber o impacto real do Modo IA do Google nos sites. Cliques em links literalmente não são contabilizados no Google Search Console. E no Analytics, aparecem como “tráfego direto”.

Assim, fica impossível avaliar a performance. Por exemplo, não tem como saber se o Modo IA aumenta ou reduz tráfego e CTR e também não podemos comparar os números com a pesquisa tradicional.

Quem descobriu e relatou o problema foi o especialista em SEO Patrick Stox, que testou diferentes formas de atribuição de cliques. 

Segundo o Google, é um “comportamento inesperado”. De toda forma, não é a primeira vez que a empresa é acusada de “falta de transparência” sobre o impacto de seus recursos de IA.

Testando a atribuição incorreta do Modo IA

Patrick realizou o seguinte teste:

  1. Copiou uma URL que não gera tráfego;
  2. Colou o link no Modo IA;
  3. Clicou no link;
  4. Repetiu o teste diversas vezes, com outras URLs.

O resultado: nenhuma ferramenta de analytics indica de onde veio o clique. Abaixo, você pode ver capturas de tela do Google Search Console e do Ahrefs.

Explorando o código do Modo IA

Analisando mais a fundo, Patrick descobriu que os links citados como fontes no Modo IA ficam marcados com a tag rel=”noopener noreferrer”. Logo, sempre aparece como “desconhecido” ou “direto” na fonte de tráfego. 

Na prática, significa que é impossível ver com clareza e agilidade a performance do seu domínio. 

Comportamento é inesperado

A especialista em SEO Aleyda Solís publicou em seu LinkedIn sobre o acontecido. 

John Mueller, porta-voz do Google, comentou no post que possivelmente se trata de um erro:

É inesperado. Obrigado por avisar. Vi em outro lugar e já enviei ao time para análise, mas ainda não tive retorno. Estou cruzando os dedos.

E nas AI Overviews?

Aparentemente, nas AI Overviews o problema de atribuição não acontece. Segundo Aleyda, os links mencionados nas respostas não têm a tag noreferrer.

No entanto, isso não significa que seja fácil medir o impacto.

O Google Search Console trata todos os links como a mesma posição. Em outras palavras, não importa se o seu site é a primeira citação na resposta ou se é a última, o gráfico do GSC fica igual.

O problema é a falta de transparência do Google?

Para alguns especialistas, o Google não quer que criadores de conteúdo saibam qual é o impacto real da IA em seus sites. É o caso de Lily Ray, que comentou o seguinte no LinkedIn:

A resposta é SIM. O Google NÃO quer que tenhamos acesso a dados de tráfego para o Modo IA ou AI Overviews, porque vai revelar o quão pouco tráfego eles realmente geram para sites externos. 

É muito mais conveniente continuar repetindo frases cuidadosamente construídas sobre como essas ferramentas “geram mais tráfego para sites do que nunca”, sem nos dar ferramentas para confirmar essa informação.

De fato, pesquisas independentes apontam que as AI Overviews reduzem CTR em cerca de 34%. Além disso, uma documentação recente do Google aconselha não usar tráfego e cliques como métricas primárias de sucesso.

Barry Schwartz, do portal Search Engine Land, confirmou que não há planos para exibir os resultados de IA separadamente no Google Search Console. Ele conversou diretamente com a VP Hema Budaraju durante o Google I/O 2025.

A posição oficial do Google é que as IAs são tratadas apenas como mais um “recurso” da SERP. Logo, da mesma forma que você não vê dados separados para “snippets destacados” ou “As Pessoas Também Perguntam”, não vê para AI Overviews ou Modo IA.

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Esperamos que tudo já esteja resolvido quando o Modo IA chegar ao Brasil! Seguiremos acompanhando o caso e publicaremos a resposta do Google sobre os problemas de atribuição. Para não perder, acompanhe a SEO Happy Hour no LinkedIn e no YouTube, e inscreva-se em nossa newsletter.

  • Elyson Gums

    Elyson Gums

    Elyson Gums é redator na SEO Happy Hour. Trabalha com redação e produção de conteúdo para projetos de SEO e inbound marketing desde 2014, em segmentos B2C e B2B. É bacharel em Jornalismo (Univali/SC) e mestre em Comunicação Social (UFPR).

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