Karine Sales
Jornalista e criadora de conteúdo digital, atua há mais de 8 anos desenvolvendo estratégias e textos otimizados para blogs, sites e redes sociais.
Karine Sales
Atualizado em 31/07/2025
7 min de leitura
Quando a gente faz uma pergunta lá no ChatGPT, ele busca a resposta no Bing. E provavelmente é isso que ele vai te responder, se você perguntar a ele. Certo?
Bom, na teoria, sim. Mas ultimamente alguns especialistas em SEO resolveram duvidar disso.
A questão é que eles passaram a desconfiar que o ChatGPT estava usando, secretamente, o Google como fonte para buscar resultados e responder prompts das pessoas.
O Alexys Ryklo e Aleyda Solis, ambos especialistas em SEO, fizeram experimentos com essa hipótese em mente, e a seguir eu apresento os resultados que eles publicaram.
Começando pela Aleyda, que comprovou em seu experimento que o ChatGPT utiliza snippets dos resultados do Google para formular respostas, especialmente quando não consegue obter dados diretamente de outras fontes, como o Bing.
Veja como foi o processo e as principais descobertas:
Concluindo: O teste mostra que ChatGPT recorre aos snippets públicos do Google quando não consegue retornar dados usando o Bing. Não se trata de acesso ao conteúdo completo do site, mas sim do resumo indexado pelo Google.
Esse comportamento também mostra que estratégias de SEO tradicionais — visando otimizar snippets no Google — continuam extremamente relevantes, inclusive para ter visibilidade em respostas fornecidas por modelos de IA como o ChatGPT, que hoje não dependem apenas do Bing para buscar informação recente ou de páginas inéditas.
Já o experimento do Alexys foi focado no SearchGPT, o modo de busca na web integrado ao ChatGPT. Quando uma pessoa faz uma consulta, a plataforma reformula a solicitação inicial em novas consultas mais específicas e relevantes (levando em conta a intenção de busca), que são então enviadas para um mecanismo de busca parceiro.
O histórico de cada conversa inclui um arquivo JSON detalhado, que exibe tanto as consultas enviadas quanto uma lista estruturada dos resultados recuperados (incluindo URL, título, snippet e data de publicação).
Com esse nível de transparência, é possível estudar a fonte exata dos dados buscados por SearchGPT e levantar hipóteses sobre o buscador utilizado.
A primeira parte do experimento foi dedicada à analisar se as páginas mostradas pela busca na web do ChatGPT correspondiam às principais posições dos resultados do Bing. Para isso, Alexys fez buscas iguais nos dois mecanismos.
Ao comparar os resultados retornados pelo SearchGPT e pelo Bing para a mesma consulta, a similaridade de URLs é de apenas 30% – o que indica baixo alinhamento e sugere que o Bing não é a principal fonte dos resultados.
Por sua vez, quando os resultados do SearchGPT são comparados com Google, a similaridade sobe para 90%: ou seja, quase todas as páginas apresentadas pelo SearchGPT figuram entre os primeiros resultados do Google para a mesma consulta.
Outros exemplos de buscas (“bicicleta elétrica urbana”, “resgate de crédito”, “cartão de registro”, etc.) também mantêm altas taxas de similaridade entre SearchGPT e Google (64% a 86%).
Concluindo: O SearchGPT depende majoritariamente do índice do Google, e não do Bing, para a seleção de páginas exibidas em suas respostas.
Featured snippet (ou trecho em destaque) é um trecho do conteúdo de uma página, que aparece no topo dos resultados de pesquisa. Assim, o visitante encontra as informações básicas sobre o que está procurando sem precisar clicar em nenhum site.
Eles são sensíveis à consulta: para a mesma página, consultas diferentes podem gerar trechos diferentes.
Alexys também fez buscas iguais em ambos mecanismos, e constatou que os snippets exibidos pelo SearchGPT são exatamente os mesmos dos resultados do Google – não do Bing.
Aqui a imagem que mostra a comparação:
Alexys segue sua pesquisa fazendo ainda mais comparações e análises. No fim, chega à conclusão de que otimizações de SEO para Google (snippets, meta descrições, estrutura do conteúdo) impactam fortemente a visibilidade das informações em respostas do SearchGPT.
Apesar de serem concorrentes, Google e OpenAI já tiveram parcerias.
Neste ano, a OpenAI fechou um acordo para utilizar a infraestrutura e o poder computacional do Google Cloud para treinar e operar modelos como o ChatGPT, ampliando suas fontes além dos servidores da Microsoft Azure, que antes eram exclusivos para seus treinamentos e serviços.
Vale destacar que as big techs são concorrentes diretas em produtos de IA generativa (como Gemini e ChatGPT), mas este acordo especificamente acontece do lado de infraestrutura e não de integração entre sistemas.
Obviamente, o fato do ChatGPT usar majoritariamente resultados do Google como fonte para suas respostas tem grandes implicações para estratégias de SEO.
Por um lado é bom, porque significa que as práticas tradicionais de otimização para Google ganham ainda mais peso, já que a visibilidade orgânica passa a ser relevante não só para quem usa o buscador, mas também para respostas fornecidas por plataformas de IA como o ChatGPT.
Quanto ao Bing, embora ele ainda seja o buscador padrão de várias integrações (como no Copilot da Microsoft), a baixa similaridade entre resultados do Bing e os utilizados pelo ChatGPT indica que otimizar exclusivamente para Bing é cada vez menos prioritário na dinâmica atual do mercado de IA generativa.
Ou seja, otimizar para o Google é imprescindível tanto para ranquear bem nos buscadores tradicionais quanto para ser citado nas respostas dos principais assistentes de IA do mercado.
No entanto, se o público-alvo de um projeto utiliza fortemente o Bing, pode fazer sentido manter esforços básicos de otimização para essa plataforma. Mas o foco principal deve ser o Google, uma vez que sua influência se estende agora também para o universo das IAs conversacionais.
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