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Intenção de busca em SEO: o que é, como funciona e como otimizar?

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    Elyson Gums

  • Data de publicação da notícia.

    Atualizado em 03/10/2025

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    14 min de leitura

A intenção de busca é o objetivo geral de uma pesquisa. Ela explica por que alguém digitou algo no Google ou em uma LLM e o que essa pessoa espera encontrar. 

Quem digita “loja de bicicleta” quer comprar um produto, quem digita “o que é marketing digital” quer se informar, e quem digita “netflix login” só está com preguiça de digitar a URL certa no navegador.

Historicamente, a área de SEO categorizou as intenções de busca entre comerciais, informativas e transacionais. Porém, os hábitos de pesquisa mudaram tanto que muitos especialistas sugerem a necessidade de pensar além delas.

Neste post, você entenderá em detalhes como as intenções de busca funcionam e como otimizar suas páginas para elas. 

Por que a intenção de busca é importante para SEO?

A intenção de busca é um dos principais elementos do SEO. O objetivo de qualquer buscador é solucionar a pesquisa o mais rapidamente possível. Isso só é possível exibindo conteúdos que efetivamente respondem ao que a pessoa quer saber.

Se você parar pra pensar, quase todas as atualizações do Google têm o objetivo de “encurtar” o caminho das pessoas até as informações. Pode acontecer por meio de snippets em destaque, mapas, grafo de conhecimento, AI Overviews ou com bons conteúdos na primeira página.

Nesse contexto, “bom conteúdo” sempre significa “conteúdo que entrega rapidamente o que o visitante quer saber”.

Por isso, quanto mais você entende o conceito de intenção de busca, mais fácil fica:

  • Ter boas posições orgânicas e ser citado nas respostas de IA; 
  • Fazer pesquisas de palavra-chave e definir quais termos priorizar;
  • Criar conteúdo de valor e organizar as páginas de modo que elas atendam aos interesses dos visitantes;
  • Definir os principais “alvos” de uma estratégia  de SEO – se você quer aumentar vendas em um e-commerce, faz pouco sentido investir a maior parte do esforço em palavras-chave sem intenção de busca de compra;
  • Melhorar a visibilidade geral do site, através da criação de páginas que o buscador e os visitantes considerem úteis.

Quais são os tipos de intenção de busca?

O mercado de SEO trabalha principalmente com uma taxonomia proposta por Andrei Broder, cientista do Google. Ela classifica três tipos principais de busca:

  • Informacional: a pessoa quer informação sobre algum assunto. Pode ser a resposta para uma pergunta específica, aprender a resolver um problema ou se aprofundar em algum tema. Por exemplo, “o que é intenção de busca” ou “como criar conteúdo para SEO”;
  • Navegacional: a pessoa quer acessar um site, mas não sabe qual é a URL exata, ou acha mais rápido digitar o termo no Google do que abrir o site. Por exemplo, “Instagram Metallica”, para ver o perfil da banda;
  • Transacional: a pessoa está buscando um site onde pode realizar uma ação ou adquirir um produto, como “comprar Nintendo Switch”.

São categorias amplas, então praticamente todos os tipos de busca cabem nelas. No entanto, alguns autores argumentam que é necessário ser mais específico para otimizar sites corretamente. 

Além disso, a proposta é do início dos anos 2000. Logo, não contempla as possibilidades da pesquisa com IA, capaz de entregar relatórios, planos de ação, planilhas e gerar mídia. 

Intenções de busca mais complexas

Lily Ray e Corey Morris, especialistas em SEO dos EUA, argumentam que é necessário considerar mais nuances para avaliar de fato por que as pessoas estão pesquisando.

A maioria das pesquisas pode ser inserida dentro das intenções de busca comercial, transacional ou informativa, mas dentro de cada uma, há muitos detalhes que influenciam a forma como o conteúdo deve ser produzido.

Por exemplo, pesquisas sobre “elenco do Star Wars novo” e “resenhas do Star Wars novo” são ambas informativas, mas elas não são iguais. 

Corey sugere ser mais específico na análise de intenção de buscas. Seria como ter “subcategorias” dentro de informativo, transacional ou navegacional, como:

  • Comparação de produtos;
  • Compra de produtos;
  • Busca por lojas próximas;
  • Tutoriais para realização de tarefas;
  • Solução para problemas técnicos;
  • Entretenimento;
  • Direcionamento e informações sobre trânsito;
  • Notícias sobre eventos atuais;
  • Informações sobre previsão do tempo;
  • Receitas;
  • Pesquisas acadêmicas ou pessoais;
  • Apoio no diagnóstico de sintomas e doenças;
  • Informações sobre planejamento financeiro;
  • Tradução;
  • Cotações no mercado de ações;
  • Busca por um novo emprego;
  • Roteiro de viagens;
  • Identificar algo que eles viram na rua, como um calçado numa vitrine;
  • Ouvir música e ler as letras.

O próprio Google enxerga as intenções de busca dessa forma – por isso a SERP muda tanto dependendo da pesquisa, podendo incluir mapas, previsão do tempo, receitas, tabelas, entre outros elementos no topo, dependendo do assunto pesquisado.

Ao entender a atividade ou interesse específico por trás de uma busca, ficará mais simples otimizar textos. 

Um exemplo que sempre usamos aqui no blog da SHH é o “aniversário da Taylor Swift”. O Google entende que quem digita isso quer saber só a data e pronto. 

Portanto, basta fazer uma análise rápida de intenção de busca para concluir que um texto sobre o assunto renderia poucos cliques. Afinal, a resposta já está em letras garrafais no próprio buscador.

Snippet do Google que mostra a idade da cantora Taylor Swift diretamente na SERP

Intenções de busca na IA

Outro debate sobre os tipos de intenção de busca envolve as IAs. As pessoas usam ferramentas como o ChatGPT de um jeito bem diferente do Google. A forma de escrever os prompts é diferente, assim como a infraestrutura de recuperação de informação do sistema. 

Resumindo, na IA, existem intenções de busca que não estão nos buscadores comuns, como gerar mídia ou oferecer aconselhamento profissional. 

Por enquanto, não existe uma taxonomia amplamente adotada pelo mercado. Em 2025 pesquisadores da OpenAI publicaram um artigo que apresenta uma proposta de categorização, que é um ponto de partida para entender o uso da LLM.

Veja a tradução abaixo: 

TópicoCategoria da conversa
EscritaEditar ou criticar texto fornecido
Escrita pessoal ou comunicação
Tradução
Geração de argumento ou resumo
Escrever ficção
Orientação práticaConselhos de “como fazer”
Tutorial ou ensino
Sugestões criativas
Saúde, condicionamento físico, beleza ou autocuidado
Ajuda técnicaCálculo matemático
Análise de dados
ProgramaçãoProgramação de computadores
MultimídiaCriar uma imagem
Analisar uma imagem
Gerar ou recuperar outras mídias
Busca por informaçãoInformação específica
Produtos disponíveis para compra
Culinária e receitas
AutoexpressãoSaudações e conversa casual
Relacionamentos e reflexão pessoal
Jogos e interpretação de papéis
Outro/DesconhecidoPerguntar sobre o modelo
Outro
Incerto

Infelizmente, não há estudos parecidos, feitos em larga escala e produzidos com dados proprietários de outros modelos de linguagem, como Gemini ou Perplexity. 

Como os buscadores detectam a intenção de busca?

Analisar e entender a intenção de busca é um processo fundamental do Google, descrito em sua apresentação de como o buscador funciona.

É um sistema complexo, desenvolvido ao longo de anos, com base em modelos de linguagem, processamento de linguagem natural e dados de cliques de páginas.

A partir dessa estrutura, torna-se possível organizar as palavras, expressões e ideias por trás de cada pesquisa e “prever” o que cada pessoa quer saber. Aí, basta “conectar” cada busca a uma lista de sites relevantes que estão armazenados em seu índice.

Os elementos analisados pelo Google para detectar a intenção de busca são:

  • Palavra-chave: termos relacionados à “culinária” resultam em receitas aparecendo na tela; “elenco” ativa o grafo de conhecimento sobre filmes, “o que é” resulta numa AI Overview apresentando um conceito;
  • Idioma: se você pesquisa em português, verá resultados em português – ou páginas estrangeiras traduzidas para este idioma;
  • Localização: o Google tenta prever buscas com intenções locais, como “perto de mim” ou “melhores restaurantes”. 
  • Eventos atuais: resultados de jogos de futebol e eventos de política tendem a exibir resultados atualizados.

No caso da IA, o processo é presumivelmente parecido, mas não há apresentações tão detalhadas sobre cada modelo.

O que sabemos como fato é que eles usam busca semântica, processamento de linguagem natural e aprendizado de máquina para detectar a intenção por trás de cada prompt.

Nestes sistemas, os métodos de vetorização são particularmente importantes. Funciona assim:

  • A IA transforma palavras, textos, páginas ou documentos em sequências numéricas, chamadas embeddings ou vetores;
  • Essas sequências numéricas são armazenadas em bancos de dados específicos;
  • Os vetores podem ser comparados, o que permite identificar quais palavras se relacionam e em quais contextos.

Essa é uma explicação (bem) resumida de como uma IA consegue “entender” a linguagem e gerar respostas que fazem sentido. 

E se a palavra-chave for muito ampla?

Se a busca for muito geral, os buscadores podem ter dificuldades em entender a intenção de busca. Nesse caso, exibem diferentes tipos de página, pois é impossível saber exatamente o que a pessoa quer saber.

Para ilustrar, considere a pesquisa por “tricô” no Google. Os resultados são definições sobre a palavra, história do tricô, vídeos com tutoriais e e-commerces vendendo produtos.

Nas plataformas de IA, o resultado é bem diferente: quando elas não conseguem detectar a intenção de busca, elas perguntam pra você.

Fiz dois testes, primeiro com tricô, depois com SEO. 

Uma das características das pesquisas no ChatGPT e em outras LLMs é que buscas gerais desse tipo não costumam acontecer. A própria interface das IAs é de conversa e de “pedir direto para o robô”.

Como descobrir a intenção de busca de uma palavra-chave?

O jeito mais fácil de saber a intenção de busca de uma palavra-chave é pesquisar aquele termo no Google. Observe quais são os primeiros resultados e quais tipos de recursos aparecem na página.

Se algo está no topo da tela, é porque atende à intenção de busca do visitante. Logo, você pode usar como inspiração. 

Em alguns casos, as próprias palavras que compõem o termo de busca já indicam a intenção. Por exemplo, “comprar tênis de corrida” é claramente comercial. 

Como alinhar o seu conteúdo às intenções de busca corretas?

Depois de descobrir a intenção das palavras-chave que quer trabalhar, deve otimizar as páginas para atendê-la. 

Os passos exatos dependem bastante do seu termo-alvo, mas em geral você deve oferecer sempre a informação no topo da tela, da forma mais fácil possível de encontrar.

Se não fizer, será difícil manter boas posições ao longo do tempo. O Google tem algoritmos como o Navboost que detectam cliques e podem penalizar quando alguém clica na página, fica poucos segundos, e volta a procurar no buscador.

É essa a principal vantagem de “pensar de forma específica” nas intenções de busca, indo além de “comercial, informativo ou navegacional”. 

  • Se a intenção de busca é “descobrir qual produto é melhor”, adicione uma tabela comparativa com as principais características;
  • Se a intenção de busca é ver uma “análise completa”, publique um texto longo;
  • Se a intenção é “pagar passagem mais barata”, pode ser interessante ter uma página exclusiva para descontos ou colocar as promoções já na primeira dobra do conteúdo. 

Veja abaixo algumas abordagens que vale a pena testar quando você estiver otimizando o seu site.

Entenda quais intenções de busca geram tráfego

O primeiro passo é descobrir se o seu site é realmente necessário para responder à intenção de busca do visitante.

Se não for, dificilmente você terá resultados com aquele conteúdo.

Pesquisas como “resultado do jogo do Flamengo”, “qual a idade da Taylor Swift”, “classificação da NBA” são todas respondidas com snippets do Google. 

Se você quiser mesmo investir nestes conteúdos, deve apresentar algum diferencial que justifique o clique. Quanto mais geral for o termo, mais difícil será encontrar esse algo a mais.

Otimizar para os “3 C” da intenção de busca

Nichola Stott e Mateusz Makosiewicz, especialistas em conteúdo dos EUA, sugerem usar o framework “3C” para otimizar páginas para intenção de busca.

O método 3C consiste basicamente em analisar detalhadamente os resultados da SERP para “modelar” o conteúdo de acordo com o que já performa bem.

Para começar, pesquise a sua palavra-chave no Google. Depois, observe os seguintes aspectos sobre os 10 primeiros resultados:

  • Tipo do conteúdo (Content type): se é post de blog, landing page, páginas de produto, vídeo, imagem, etc.;
  • Formato do conteúdo (Content format): é a organização das informações na página. Se são produtos, comparações, textos com listas, se incluem infográficos no meio do conteúdo, entre outros;
  • Ângulo do conteúdo (Content angle): é a abordagem editorial do conteúdo. Se destacam benefícios ou características de um produto, se traz pontos de vista originais, se é um artigo informativo ou um texto investigativo, entre outras possibilidades.

Seu objetivo aqui será identificar padrões e replicá-los na página do seu site. 

Identifique subtópicos relevantes

Durante a sua análise do conteúdo que já está no top 10, observe os subtópicos que estão relacionados com cada palavra-chave

Analise o seguinte:

  • Subtemas que a maioria ou todas as páginas no top 10 já cobrem;
  • Os temas que estão ausentes.

Para aumentar as chances de subir posições, sua página precisa combinar os dois. Ou, se for um termo muito concorrido, simplesmente ser melhor que todas as outras páginas.

Com uma estratégia focada em tópicos e subtópicos, fica mais simples cobrir todas as variáveis que ajudam a responder a uma intenção de busca. Isto resulta em uma página completa, que, em teoria, os buscadores preferem exibir. 

Otimize elementos visuais

Se você perceber que uma intenção de busca é respondida com elementos visuais, de pouco adianta otimizar o texto. 

A otimização específica depende bastante da palavra-chave. Em alguns casos, podem ser imagens para ilustrar conteúdos informativos, enquanto outras situações vão exigir vídeos postados no YouTube ou fotos originais de produtos no seu e-commerce.

Veja algumas boas práticas gerais, que valem para todos os cenários:

  • Adicione conteúdos realmente relevantes. De preferência, originais, produzidos pela sua equipe;
  • Evite conteúdos genéricos, como as fotos dos bancos de imagem;
  • Siga as boas práticas de otimização de imagens para SEO;
  • Verifique se a sua equipe de marketing já tem materiais prontos que podem ser adicionados ao blog, como para o YouTube ou compartilhados em redes sociais.

Como priorizar as otimizações para o seu site

Otimizar páginas para intenção de busca é uma tarefa relativamente simples, mas que toma bastante tempo. 

Por isso, recomendamos iniciar pelas seguintes tarefas:

  • Mapeie as URLs que têm maior potencial, mas ainda não ranqueiam bem. Geralmente são os termos que aparecem nas posições médias 11 a 20 no Search Console;
  • Verifique se o conteúdo delas se encaixa na intenção de busca que você viu no Google;
  • Defina um padrão para analisar a intenção de busca antes de produzir qualquer novo conteúdo do seu site. Pode ser na forma de um checklist, que deve ser preenchido antes mesmo da redação começar. 

Se precisar de apoio para estas ações, entre em contato com a SEO Happy Hour. Nossa equipe de especialistas atua de forma consultiva, orientando sua equipe sobre as práticas e otimizações que podem trazer mais visibilidade e receita.

  • Elyson Gums

    Elyson Gums

    Elyson Gums é redator na SEO Happy Hour. Trabalha com redação e produção de conteúdo para projetos de SEO e inbound marketing desde 2014, em segmentos B2C e B2B. É bacharel em Jornalismo (Univali/SC) e mestre em Comunicação Social (UFPR).

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