Karine Sales
Jornalista e criadora de conteúdo digital, atua há mais de 8 anos desenvolvendo estratégias e textos otimizados para blogs, sites e redes sociais.
Karine Sales

Atualizado em 12/11/2025
10 min de leitura
O SEO está mudando rápido, mas talvez não do jeito que muitos imaginam.
No webinar “Como se preparar para o futuro do SEO em 2026”, organizado pela Moz, Lily Ray e Mark Williams-Cook discutiram as transformações mais profundas pelas quais passamos, como a chegada das AI Overviews e o impacto das LLMs no tráfego e na forma como medimos resultados.
Reunimos os principais destaques do evento e o que cada um deles significa para quem trabalha com SEO, em formato de tradução comentada.
O avanço das AI Overviews muda completamente a lógica do conteúdo em SEO para 2026. A gente sempre tem falado sobre isso em nossas matérias e artigos, e a Lily também destacou no webinar: o impacto dessas mudanças depende muito do modelo de negócio.
Para os sites que dependem de tráfego para monetização, como portais de notícias, o desafio está em diversificar: é hora de fortalecer canais alternativos como redes sociais, newsletters e comunidades próprias. Já para os negócios que vendem produtos ou serviços, o foco muda para conteúdo que leve ao engajamento e conversão – menos volume, mais profundidade e relevância.
A ideia é clara: o futuro do conteúdo não está em produzir mais, mas em produzir melhor, com propósito, no formato certo e com distribuição inteligente.
A definição de qualidade está sendo radicalmente revista. Mark provocou:
“A comunidade de SEO nunca entendeu o que é conteúdo de qualidade.”
Para ele, a inteligência artificial vai eliminar aquele conteúdo que apenas replica o que já foi dito e não acrescenta nenhum valor novo.
O que realmente importa são três pilares humanos que as máquinas não copiam:
Se o seu conteúdo soa como IA, as pessoas e as LLMs vão ignorar.
Com a expansão da busca generativa, o panorama do tráfego orgânico em 2026 está mudando rapidamente. Mark foi direto ao ponto:
“O número de buscas sobe, mas o volume total de cliques permanece estável”.
Na prática, isso significa que o CTR tende a cair, mesmo com o aumento das pesquisas impulsionadas pela IA.
Para Mark, o discurso de que o tráfego vindo da IA é “mais qualificado” pode não passar de uma estratégia do Google. A ilusão da qualidade pode mascarar uma nova fase de retenção de informação dentro das próprias respostas generativas na SERP, que levam a menos visitas e mais respostas instantâneas.
É importante lembrar que o Google não mostra os cliques que seu site teve via Modo IA e AI Overview, colocando tudo no bolo dos cliques orgânicos, junto com os resultados da SERP.
Apesar disso, menos cliques não significa menos impacto, e agora é preciso repensar métricas de sucesso, priorizando sinais de engajamento e conversão, e não apenas volume de tráfego.
Se o futuro do conteúdo está em produzir melhor, medir seu resultado com precisão tornou-se o novo desafio.
Com as AI Overviews e assistentes como ChatGPT assumindo parte da jornada de descoberta, entender o impacto real das interações via IA virou uma prioridade do SEO em 2026.
Lily e Mark sugerem três caminhos práticos para lidar com isso:
Medir IA ainda é um desafio porque ela funciona de uma forma diferente do buscador padrão. Lógicas que já estávamos acostumados, como o uso de palavras-chave e o volume de busca, já não são as mesmas na infraestrutura das LLMs.
Um dos principais problemas é a dificuldade de mensurar prompts, saber quantas pessoas usam determinado prompt, se ele cita sua marca e como as pessoas buscam nas IAs por algo que seu conteúdo pode responder.
As pessoas escrevem de inúmeras formas e as respostas mudam, nunca são iguais. Portanto, há lacunas que as ferramentas de análise de dados atuais ainda não conseguem preencher com precisão.
Mas ficar no escuro não é opção. O momento exige a combinação de dados quantitativos e qualitativos para revelar o verdadeiro valor do tráfego gerado por inteligência artificial.
Agora, surge uma nova questão estratégica: como equilibrar o papel do SEO tradicional com o crescente foco na otimização da experiência generativa (ou GEO). Lily resumiu bem:
“O que muitos chamam de GEO é o que bons SEOs já fazem há anos”
A lógica dos especialistas é que não existe “GEO” como algo separado que se sobrepõe ao SEO. Alguns aspectos podem até ter novas nuances, mas o que a maioria das pessoas vendem como “GEO”, na verdade é “SEO de qualidade”.
Os pilares seguem próximos, mas ganham novas camadas voltadas à experiência generativa:
GEO não substitui SEO, apenas amplia o escopo da otimização para contextos generativos, onde experiência, credibilidade e autenticidade tornam-se parte intrínseca do ranking.
Outro tema que surgiu no webinar foi o UGC, ou conteúdo gerado pelo usuário. Para diversos tipos de pesquisas, o Google dá preferência a esse tipo de resultado nas buscas.
UGC é conteúdo orgânico criado por consumidores, em geral sem pagamento direto, espontaneamente compartilhando experiências com marcas. É diferente do Marketing de Influência, que é uma estratégia paga. No entanto, as marcas passaram a ver valor na autenticidade do UGC e passaram a contratar e pagar criadores, normalmente microinfluenciadores, para criar conteúdo no “formato UGC”.
Profissionais que trabalham em sites de língua inglesa, como é o caso de Lily e Mark, já estão lidando bastante com o UGC. Em países como EUA e Reino Unido, Reddit e Quora dominam os resultados de busca. Eles são, inclusive, os sites mais citados por LLMs.
Para ser relevante, a marca precisa conquistar a confiança genuína das pessoas. O caminho para isso envolve três movimentos estratégicos (aqui vou mesclar dicas dos especialistas no webinar e minha também, com o aprendizado de 8 anos trabalhando com redes sociais):
O futuro das marcas está na autenticidade. O Google e as IAs confiam em quem as pessoas confiam.
Não! E quem diz isso sou eu, e também a Lily Ray, que complementou dizendo que o SEO está evoluindo.
O foco deixou de ser o Google como único canal de visibilidade e se expandiu para um ecossistema muito mais amplo de descoberta de conteúdo. Hoje, relevância também se constrói no TikTok, no LinkedIn, nas comunidades online e, claro, dentro das próprias inteligências artificiais.
O profissional do futuro precisa pensar além das SERPs. O novo SEO é integrador: conecta marca, comunidade e produto em uma estratégia contínua de visibilidade e confiança.
E pensando nesse profissional, Lily e Mark elencaram as habilidades que quem trabalha com SEO precisa ter a partir de agora:
Entre AI Overviews, GEO e os novos formatos de busca, uma coisa permanece constante: o SEO continua sendo sobre entender pessoas, tecnologia e negócios.
O cenário está mudando, mas os fundamentos (relevância, autoridade e experiência) continuam valendo, agora em um ambiente mais complexo e conectado.
Isso significa olhar além das métricas tradicionais, investir em conteúdo que gere valor real e construir uma marca que inspire confiança – tanto para as pessoas quanto para os algoritmos.
O futuro do SEO em 2026 será de quem produz melhor e com autenticidade, originalidade e uma visão clara de propósito.
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