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SEO em 2026: o que muda (e o que continua igual), segundo Lily Ray e Mark Williams-Cook

O SEO está mudando rápido, mas talvez não do jeito que muitos imaginam. 

No webinar “Como se preparar para o futuro do SEO em 2026”, organizado pela Moz, Lily Ray e Mark Williams-Cook discutiram as transformações mais profundas pelas quais passamos, como a chegada das AI Overviews e o impacto das LLMs no tráfego e na forma como medimos resultados.

Reunimos os principais destaques do evento e o que cada um deles significa para quem trabalha com SEO, em formato de tradução comentada. 

AI Overviews e o novo papel do conteúdo

O avanço das AI Overviews muda completamente a lógica do conteúdo em SEO para 2026. A gente sempre tem falado sobre isso em nossas matérias e artigos, e a Lily também destacou no webinar: o impacto dessas mudanças depende muito do modelo de negócio.

Para os sites que dependem de tráfego para monetização, como portais de notícias, o desafio está em diversificar: é hora de fortalecer canais alternativos como redes sociais, newsletters e comunidades próprias. Já para os negócios que vendem produtos ou serviços, o foco muda para conteúdo que leve ao engajamento e conversão – menos volume, mais profundidade e relevância.

A ideia é clara: o futuro do conteúdo não está em produzir mais, mas em produzir melhor, com propósito, no formato certo e com distribuição inteligente.

O que significa “conteúdo de qualidade” em 2026

A definição de qualidade está sendo radicalmente revista. Mark provocou: 

“A comunidade de SEO nunca entendeu o que é conteúdo de qualidade.” 

Para ele, a inteligência artificial vai eliminar aquele conteúdo que apenas replica o que já foi dito e não acrescenta nenhum valor novo.

O que realmente importa são três pilares humanos que as máquinas não copiam:

  1. Criatividade real, que traz ideias novas, não só repete o que já existe;
  2. Pontos de vista únicos, nascidos das nossas vivências e da nossa forma de ver o mundo;
  3. Conteúdo que seja útil para o leitor, gerando identificação e confiança.

Se o seu conteúdo soa como IA, as pessoas e as LLMs vão ignorar.

Tráfego de IA: qualidade ou ilusão?

Com a expansão da busca generativa, o panorama do tráfego orgânico em 2026 está mudando rapidamente. Mark foi direto ao ponto: 

“O número de buscas sobe, mas o volume total de cliques permanece estável”. 

Na prática, isso significa que o CTR tende a cair, mesmo com o aumento das pesquisas impulsionadas pela IA.

Para Mark, o discurso de que o tráfego vindo da IA é “mais qualificado” pode não passar de uma estratégia do Google. A ilusão da qualidade pode mascarar uma nova fase de retenção de informação dentro das próprias respostas generativas na SERP, que levam a menos visitas e mais respostas instantâneas.

É importante lembrar que o Google não mostra os cliques que seu site teve via Modo IA e AI Overview, colocando tudo no bolo dos cliques orgânicos, junto com os resultados da SERP. 

Apesar disso, menos cliques não significa menos impacto, e agora é preciso repensar métricas de sucesso, priorizando sinais de engajamento e conversão, e não apenas volume de tráfego.

Métricas e mensuração em tempos de IA

Se o futuro do conteúdo está em produzir melhor, medir seu resultado com precisão tornou-se o novo desafio. 

Com as AI Overviews e assistentes como ChatGPT assumindo parte da jornada de descoberta, entender o impacto real das interações via IA virou uma prioridade do SEO em 2026. 

Lily e Mark sugerem três caminhos práticos para lidar com isso:

  • Mapear cuidadosamente referrals e fontes dentro do GA4 e do CRM, identificando padrões de descoberta e conversão;
  • Incluir campos de origem nos formulários de captura de leads. Por exemplo, incluindo um campo “como você nos encontrou?”, com opção de marcar “por meio de alguma IA”;
  • Testar ferramentas especializadas como Profound ou LLM Tracking Tools, sempre com cautela e senso crítico em relação à consistência dos dados.

Medir IA ainda é um desafio porque ela funciona de uma forma diferente do buscador padrão. Lógicas que já estávamos acostumados, como o uso de palavras-chave e o volume de busca, já não são as mesmas na infraestrutura das LLMs. 

Um dos principais problemas é a dificuldade de mensurar prompts, saber quantas pessoas usam determinado prompt, se ele cita sua marca e como as pessoas buscam nas IAs por algo que seu conteúdo pode responder. 

As pessoas escrevem de inúmeras formas e as respostas mudam, nunca são iguais. Portanto, há lacunas que as ferramentas de análise de dados atuais ainda não conseguem preencher com precisão. 

Mas ficar no escuro não é opção. O momento exige a combinação de dados quantitativos e qualitativos para revelar o verdadeiro valor do tráfego gerado por inteligência artificial.

GEO e SEO: rivais ou complementares?

Agora, surge uma nova questão estratégica: como equilibrar o papel do SEO tradicional com o crescente foco na otimização da experiência generativa (ou GEO). Lily resumiu bem: 

“O que muitos chamam de GEO é o que bons SEOs já fazem há anos”

A lógica dos especialistas é que não existe “GEO” como algo separado que se sobrepõe ao SEO. Alguns aspectos podem até ter novas nuances, mas o que a maioria das pessoas vendem como “GEO”, na verdade é “SEO de qualidade”.

Os pilares seguem próximos, mas ganham novas camadas voltadas à experiência generativa:

  • Produção de conteúdo original e sustentado por dados confiáveis;
  • Valorização de autores reconhecidos e especialistas reais;
  • Fortalecimento da autoridade de marca e do posicionamento estratégico do branding.

GEO não substitui SEO, apenas amplia o escopo da otimização para contextos generativos, onde experiência, credibilidade e autenticidade tornam-se parte intrínseca do ranking.

A ascensão do UGC e o papel das marcas

Outro tema que surgiu no webinar foi o UGC, ou conteúdo gerado pelo usuário. Para diversos tipos de pesquisas, o Google dá preferência a esse tipo de resultado nas buscas.

UGC é conteúdo orgânico criado por consumidores, em geral sem pagamento direto, espontaneamente compartilhando experiências com marcas. É diferente do Marketing de Influência, que é uma estratégia paga. No entanto, as marcas passaram a ver valor na autenticidade do UGC e passaram a contratar e pagar criadores, normalmente microinfluenciadores, para criar conteúdo no “formato UGC”. 

Profissionais que trabalham em sites de língua inglesa, como é o caso de Lily e Mark, já estão lidando bastante com o UGC. Em países como EUA e Reino Unido, Reddit e Quora dominam os resultados de busca. Eles são, inclusive, os sites mais citados por LLMs.

Para ser relevante, a marca precisa conquistar a confiança genuína das pessoas. O caminho para isso envolve três movimentos estratégicos (aqui vou mesclar dicas dos especialistas no webinar e minha também, com o aprendizado de 8 anos trabalhando com redes sociais):

  • Participar autenticamente das comunidades em que o público já está ativo.
    • Como fazer: Em vez de só postar nos seus perfis, dedique uma parte do tempo para comentar, responder perguntas e curtir o conteúdo de outros perfis, sem vender nada. Participe de discussões em grupos (Facebook, Reddit, fóruns) como um membro útil, não como uma marca. Isso não precisa ser feito só com o perfil oficial da marca, mas também de colaboradores importantes;
  • Usar o UGC como fonte de pesquisa e escuta sobre comportamentos e preferências reais.
    • Como fazer: Monitore menções e hashtags para identificar dores, desejos e vocabulário dos seus clientes. Use comentários espontâneos em avaliações e redes sociais para inspirar novos produtos, melhorar o atendimento e criar conteúdos que resolvam dúvidas frequentes;
  • Construir reputação e presença onde a conversa acontece, de forma consistente e transparente.
    • Como fazer: Escolha 2 ou 3 canais principais e mantenha uma presença constante. Responda a todos os comentários (inclusive os negativos) com transparência e agilidade. Mostre o rosto por trás da marca (com lives ou vídeos) para humanizar a comunicação e gerar confiança.

O futuro das marcas está na autenticidade. O Google  e as IAs confiam em quem as pessoas confiam.

SEO está morrendo?

Não! E quem diz isso sou eu, e também a Lily Ray, que complementou dizendo que o SEO está evoluindo. 

O foco deixou de ser o Google como único canal de visibilidade e se expandiu para um ecossistema muito mais amplo de descoberta de conteúdo. Hoje, relevância também se constrói no TikTok, no LinkedIn, nas comunidades online e, claro, dentro das próprias inteligências artificiais.

O profissional do futuro precisa pensar além das SERPs. O novo SEO é integrador: conecta marca, comunidade e produto em uma estratégia contínua de visibilidade e confiança.

Habilidades essenciais para SEOs em 2026

E pensando nesse profissional, Lily e Mark elencaram as habilidades que quem trabalha com SEO precisa ter a partir de agora: 

  • Saber como a inteligência artificial funciona: Entender fundamentos de pré-treinamento, geração de texto e funcionamento de modelos de linguagem para prever mudanças nos algoritmos;
  • Transformar tecnologia em resultado: Usar o conhecimento técnico para atingir metas de negócio, como vender mais ou conquistar clientes;
  • Mentalidade experimental: Criar e testar hipóteses próprias continuamente, sem depender exclusivamente de práticas prontas da indústria;
  • Pensar a longo prazo: Identificar e mitigar riscos futuros em estratégias de SEO, priorizando sustentabilidade sobre resultados rápidos voláteis;
  • Ser flexível e estar sempre se atualizando: Acompanhar as mudanças constantes da tecnologia e ajustar as estratégias rapidamente.

Concluindo: Menos hype, mais estratégia

Entre AI Overviews, GEO e os novos formatos de busca, uma coisa permanece constante: o SEO continua sendo sobre entender pessoas, tecnologia e negócios.

O cenário está mudando, mas os fundamentos (relevância, autoridade e experiência) continuam valendo, agora em um ambiente mais complexo e conectado.

Isso significa olhar além das métricas tradicionais, investir em conteúdo que gere valor real e construir uma marca que inspire confiança – tanto para as pessoas quanto para os algoritmos.

O futuro do SEO em 2026 será de quem produz melhor e com autenticidade, originalidade e uma visão clara de propósito.

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Precisa de ajuda para transformar sua estratégia neste novo cenário generativo? Conte com a equipe da SEO Happy Hour! Entre em contato e vamos conversar sobre suas metas e como SEO pode te ajudar.

  • Karine Sales

    Jornalista e criadora de conteúdo digital, atua há mais de 8 anos desenvolvendo estratégias e textos otimizados para blogs, sites e redes sociais.

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