Elyson Gums
Atualizado em 26/06/2025
7 min de leitura
O Google muda mais rápido do que você consegue acompanhar? Não se preocupe, isso é comum pra muita gente.
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O Google afirma que os seus recursos de IA geram cliques de maior qualidade do que a Pesquisa Tradicional. No entanto, não divulga dados oficiais que confirmem essa tese.
Então, será que é verdade mesmo?
Mais ou menos – os resultados das pesquisas mais recentes divergem. No fim das contas, depende de como você define “qualidade”.
Só o Google pode fazer o tira-teima, mas aparentemente não quer, pois não divulga dados oficiais. Portanto, nos resta olhar para as pesquisas independentes e interpretar seus resultados.
Para o Google, tráfego orgânico de qualidade significa cliques intencionais, de pessoas que estão realmente interessadas no site e passam mais tempo nele. É diferente de alguém que clica em uma URL, fica por alguns segundos e vai embora.
O clique de qualidade tem potencial de gerar receita para o seu negócio. É uma pessoa que tem curiosidade sobre o que você tem a dizer, quer saber mais ou até já está pronta para comprar.
As informações básicas já são oferecidas pela própria IA. Logo, não há mais por que clicar “só pra dar uma olhadinha”. O resultado é menos tráfego, mas cliques de maior qualidade.
Esta é a definição do Google para tráfego de qualidade (com tradução e grifos meus).
Percebemos que quando as pessoas clicam em um site citado nas AI Overviews, esses cliques são de maior qualidade, onde visitantes estão mais dispostos a gastar mais tempo no site. Por quê? Nossos resultados de IA dão mais contexto sobre um tópico e exibem links de suporte mais relevantes do que a Pesquisa Tradicional.
O mercado não concorda tanto assim com o Google. E o principal motivo é a falta de transparência da big tech.
Ela afirma com todas as letras que “o tráfego tem mais qualidade”, mas não permite aos donos de site fazerem análises mais detalhadas sobre o impacto da IA. Desde o início, há poucos dados confiáveis sobre as AI Overviews. Sobre o Modo IA, já disponível nos EUA, menos ainda.
Por exemplo, atualmente todos os links de AI Overviews ocupam a mesma posição no Google Search Console. Não dá pra ver se você é o primeiro ou último site recomendado.
Também não é possível diferenciar entre tráfego da Pesquisa Orgânica e tráfego de IA, igual você pode separar Pesquisa Web, Discover e Imagens. Tudo isso torna muito difícil analisar se de fato as pessoas que chegam por meio da IA passam mais tempo no site.
É justamente essa pergunta que as pesquisas do Ahrefs e Semrush querem responder: o Google está falando a verdade?
O Ahrefs tentou entender se as pessoas realmente passam mais tempo navegando, quando chegam por meio das IAs. Já o Semrush quis entender o crescimento do tráfego de IA e como ele contribui com a receita dos sites.
A Ahrefs analisou 81947 sites para entender o comportamento dos visitantes quando usam IA e os mecanismos de busca tradicional, nos períodos de maio a junho de 2025.
A equipe analisou especificamente métricas como visitas de páginas, páginas acessadas por sessão, duração da visita e taxa de rejeição.
Os dados foram categorizados entre:
Em média, quem acessa um site a partir do ChatGPT e Perplexity visita 4 páginas. Nos mecanismos de busca tradicionais, o número é de 5,2.
A Ahrefs descobriu que as pessoas ficam em média 8 segundos a mais nos sites, quando chegam indicadas por uma IA.
Normalmente, elas gastam mais tempo em menos páginas. Ou seja, não exploram as demais URLs ou conteúdos relacionados. O mais provável é que isso ocorra porque elas já entram com um interesse específico em mente.
Se elas encontram as informações que desejam, elas consomem. Se não encontram, apenas saem, sem procurar em outras URLs.
Taxa de rejeição é a porcentagem de pessoas que deixa uma página sem interagir com ela. Para visitantes que chegam da IA, a taxa é 4.1% maior.
As hipóteses da equipe da Ahrefs são:
O Semrush fez uma análise de 500 tópicos e subtópicos relacionados a marketing e SEO. Em seguida, fizeram projeções de tráfego e conversões com base nas taxas de crescimento atuais dos buscadores de IA.
Infelizmente, não há tantos detalhes sobre a metodologia. Todas as ferramentas utilizadas são proprietárias e estão disponíveis dentro da própria plataforma, então não há detalhes sobre os seus “bastidores”.
Ainda assim, os principais resultados são próximos de outras pesquisas do mercado. Sobre qualidade de tráfego, o que mais interessa é o potencial de conversão.
Segundo o Semrush, visitantes de IA convertem 4.4% mais do que os de Pesquisa Tradicional. A previsão é que em 2027 as LLMs superem o impacto financeiro dos mecanismos de busca tradicionais nos sites.
A hipótese do Semrush é que IA converte mais porque oferece todas as informações para a tomada de decisão. Assim, a pessoa só precisa clicar no site e se sentir convencida a fazer a compra.
Em junho de 2026, a Ahrefs publicou um artigo onde explica que no seu site a IA também está convertendo mais. O tráfego de IA representa 0,5% do total. Desta porcentagem, 12,5% converte. Ou seja, 23% mais do que a Pesquisa Tradicional.
Com base nesses dados, a plataforma sugere mudanças em estratégias editoriais. Em vez de produzir conteúdo informativo, é mais relevante apresentar claramente a sua proposta de valor.
As orientações principais são:
Ao observar dados de pesquisas sobre IA, é necessário ter cautela, pois:
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Elyson Gums é redator na SEO Happy Hour. Trabalha com redação e produção de conteúdo para projetos de SEO e inbound marketing desde 2014, em segmentos B2C e B2B. É bacharel em Jornalismo (Univali/SC) e mestre em Comunicação Social (UFPR).
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