9 insights de SEO de Elizabeth Tucker, Diretora de busca do Google

  • Elyson Gums

    Elyson Gums

  • Data de publicação da notícia.

    Atualizado em 13/06/2024

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Por que o Core Update demorou tanto? Por que o Google esperou uma semana para avisar que estava pronto? Como produzir conteúdo de qualidade? Elizabeth Tucker, diretora do Google, responde.

A abertura do SMX Advanced teve uma entrevista com Elizabeth Tucker, diretora de Pesquisa Orgânica do Google. Ela comentou diversos pontos sobre as atualizações recentes, a comunicação com profissionais de SEO e as formas de produzir conteúdo daqui em diante.

Entre os principais destaques estão:

  • A documentação definitiva do Google sobre conteúdo de alta qualidade; 
  • Um (breve) olhar para os bastidores do core update de março de 2024;
  • Por que a última atualização demorou tanto (e porque o Google demorou para avisar).

Veja abaixo os principais pontos da entrevista, feita por Barry Schwartz, do portal Search Engine Land. A conversa foi em inglês e todas as citações deste post são traduções nossas. 

Para assistir na íntegra, em vídeo, cadastre-se no evento. As palestras e apresentações continuam disponíveis mesmo depois do fim do SMX Advanced.

1. Como criar conteúdo útil?

A abordagem deve ter base em utilidade, satisfação e experiência.

É a lógica que já conhecemos: criar conteúdos que as pessoas realmente querem ler, publicados em sites fáceis de navegar.

Elizabeth repetiu o posicionamento do Google nos últimos meses, de que o objetivo do buscador é sempre mostrar primeiro sites úteis e que geram satisfação aos visitantes. 

2. Não foque em detalhes específicos de SEO

A sugestão é não se atentar para detalhes específicos ou buscar “fórmulas” para criar conteúdo de qualidade. 

Ao invés disso, o conselho de Elizabeth é focar no “quadro geral” de como o Google funciona, tendo sempre a utilidade do conteúdo como fio condutor. Veja abaixo:

Estamos tentando satisfazer pessoas com diferentes necessidades de informação, com diferentes tipos de conteúdo e sites. Tenho a preocupação de que ficar muito preocupado com detalhes técnicos específicos, ou com quais sinais usamos ou deixamos de usar afasta as pessoas da pergunta principal: “este conteúdo é satisfatório e útil, e as pessoas terão uma grande experiência com ele?.

3. Bastidores do Core Update de março de 2024

A última atualização do Google levou 45 dias para terminar, sendo a maior da história do buscador.

Isto ocorreu devido a um trabalho de rearquitetura dos sistemas de busca, incluindo a adição de novos critérios de ranqueamento aos algoritmos do Google.

Elizabeth Tucker respondeu várias perguntas sobre o processo e os resultados obtidos – que incluem redução de 45% em spam na busca

Por que o update demorou tanto?

Basicamente, a resposta se dá pela necessidade de operar em diferentes sistemas que impactam um alto volume de buscas diário. 

Veja alguns detalhes do processo de atualização:

Na verdade, tivemos uma “mini sala de guerra” acontecendo. Monitoramos a capacidade e latência nos nossos data centers em tempo real, porque é incomum rodar tantas mudanças de uma só vez. 

Tivemos sucesso, mas em certas ocasiões notamos alguns gargalos (como problemas de capacidade). Então pausamos e desaceleramos o trabalho para ter certeza que tudo rodaria com fluidez. Por isso levou 45 dias. 

Temos que ter muito cuidado quando fazemos mudanças em sistemas em larga escala, pois operamos com bilhões de buscas todos os dias, em todos os idiomas. É um trabalho árduo de engenharia para fazer a Pesquisa funcionar corretamente.

Por que ele foi o maior update do Google?

Normalmente, os updates do Google lidam isoladamente com cada sistema que compõe a Pesquisa Orgânica. Desta vez, o processo envolveu diferentes algoritmos para que, juntos, eles fossem capazes de compreender com mais precisão a utilidade e relevância de um conteúdo.

Elizabeth Tucker descreveu a atualização como “sem precedentes” e “a primeira vez que fizemos algo do tipo”. 

Por que o Google demorou uma semana para avisar sobre o fim do update?

Este tópico gerou polêmica em abril, quando a atualização terminou. Diversos profissionais de SEO questionaram a demora no anúncio.

Rafael Simões, CEO da SEO Happy Hour, foi uma destas pessoas:

O motivo foi a complexidade da operação, nas palavras da diretora do Google. Veja abaixo:

Queríamos ter certeza que tudo estava definitivamente implementado. Centenas de pessoas estavam envolvidas. Então responder à pergunta “já estamos prontos?” envolvia muitas comunicações e discussões diferentes. Em certo momento houve um pouco de incerteza sobre a conclusão”.

O que levou aos 45% de redução em conteúdo irrelevante?

Este número foi divulgado pelo Google em 19 de abril. Inicialmente, a expectativa era reduzir spam e conteúdo irrelevante em 40%. 

Tucker explica brevemente como resultados desse tipo são mensurados:

Antes de implementar algo para 100% da audiência do Google, rodamos em um ambiente de teste. Às vezes a performance é diferente ali do que na implementação completa. Os números em que confio são rodados em “live”, para 100% do tráfego do Google. Depois fazemos diversas mensurações de tráfego real e obtemos números consistentes. E é daí que os 45% surgiram. 

4. Como o Google define baixa qualidade?

Elizabeth Tucker revelou que o Google não tinha uma definição formal de “qualidade” quando ela chegou à empresa, em 2004. Hoje, este documento é o guia de diretrizes para avaliadores de qualidade.

É um documento com diversas instruções sobre como a equipe de avaliadores humanos deve interpretar os resultados de busca. Lá estão detalhadas diversas práticas e termos relevantes, como E-E-A-T e YMYL (your money, your life).

Nas palavras de Elizabeth, “nós rigorosamente definimos alta e baixa qualidade, e damos exemplos. Este documento é realmente a fundação de como avaliadores terceiros analisam os nossos resultados em termos de qualidade”.

Sobre o processo de definir quando um conteúdo é bom, ela interpreta da seguinte maneira:

O que torna essa tarefa incrivelmente difícil é que não há uma forma única de pensar sobre isso. Tem bastante nuances. 

Por que quando você pensa em alta qualidade para uma pesquisa sobre “sintomas de ataque cardíaco”, você quer informações realmente precisas. Pode ser diferente de quando você pesquisa sobre “gatinhos fofos”. Você quer ver gatos.

Então detalhamos tudo nas nossas diretrizes para avaliadores de qualidade de pesquisa. Levamos em conta a qualidade do conteúdo principal da página. Coisas como precisão de conteúdo informacional. Talento e habilidade. Olhamos para experiência de página – as pessoas encontram o conteúdo principal com facilidade?

Temos o E-E-A-T (experiência, expertise, autoridade e confiança). Temos várias métricas e elas têm diferentes papéis, dependendo do tipo de conteúdo.

5. O que causa volatilidade na Pesquisa Orgânica?

Existem diversas causas possíveis para a volatilidade nos resultados orgânicos, mas elas não estão relacionadas com “updates secretos” ou algo assim. Em muitos casos elas ocorrem independentemente de o Google ter feito alguma mudança.

Algumas possibilidades incluem:

  • Mudanças em interesses sobre certos assuntos;
  • Atualizações de conteúdo em diversos sites;
  • Cadências de atualização dos algoritmos principais do Google.

6. Quantos sistemas estão envolvidos nos core updates do Google?

De acordo com Elizabeth, é impossível responder essa pergunta. Ela explica que há algumas diferenças na forma como os engenheiros diferenciam sistemas, sinais, subsistemas, sistemas principais, sistemas de suporte, entre outros.

Logo, não é possível contar exatamente quantos (nem quais) são os principais critérios que o Google leva em consideração.

7. Google não discute os vazamentos de dados

A equipe do Google considera “perigoso” comentar detalhes sobre seus sistemas. Detalhar sinais ou critérios de ranqueamento específicos potencialmente abre portas para abusos.

Portanto, não houve nenhuma resposta ou comentário sobre pontos específicos dos documentos vazados no final de maio. Ali constam supostos sinais e critérios que o Google usa para classificar páginas. Alguns já eram conhecidos, outros nunca haviam sido confirmados oficialmente, como cliques em páginas. 

8. O time de Relações Pública do Google não mentiu

O vazamento levantou alguns questionamentos sobre os porta-vozes do Google, pois alguns elementos dos documentos não batem com as afirmações de Danny Sullivan e John Mueller no Twitter. Por exemplo, o vazamento menciona uma avaliação de autoridade de site, o que já foi negado publicamente. 

Elizabeth abordou o tópico da seguinte forma: 

As coisas mudam com frequência. Constantemente alteramos nossos sinais e sistemas, e como eles funcionam, porque a Pesquisa Orgânica é dinâmica. Então uma fala de 10 anos atrás pode não ser verdadeira hoje. Posso dizer que até hoje não vi nenhuma afirmação imprecisa feita por algum porta-voz do Google.

9. O Google está atento aos feedbacks da comunidade

Elizabeth Tucker aconselha produtores de conteúdo e profissionais de SEO a continuarem dando feedback sobre a Pesquisa Orgânica.

Inclusive, ela crê que este envolvimento é vital para a Pesquisa Orgânica funcionar. Na visão da diretora, a comunidade tem altos padrões de qualidade, o que também eleva o nível dos produtos Google.

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    Elyson Gums

    Jornalista e mestre em Comunicação Social. Produzo conteúdo para projetos de SEO e inbound marketing desde 2014.

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