E-E-A-T falso: Google define diretrizes para combater páginas enganosas na Pesquisa Orgânica

  • Elyson Gums

    Elyson Gums

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    Atualizado em 12/05/2025

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Sabe aquelas páginas que foram escritas por um autor que parece não existir? Ou aquelas que inventam credenciais para parecer autoridade? Esse é o falso E-E-A-T – e o Google quer removê-lo dos resultados de pesquisa.

Para isso, atualizou suas diretrizes para avaliadores de qualidade, esclarecendo como lidar com informações falsas ou inventadas, autores suspeitos, design enganosos, entre outras tentativas de manipular a Pesquisa Orgânica.

Fica o recado: a intenção é recompensar a autenticidade, que ficou ainda mais importante em um mundo inundado por conteúdos feitos com IA generativa.

As diretrizes para informações, propósito e design enganosos

O tópico que aborda as táticas enganosas foi reescrito. Antes, ela falava apenas sobre “propósito e design enganoso”. Agora, está mais claro e inclui novos conteúdos, como o falso E-E-A-T. É o tópico 5.4.3 do documento. 

Além do texto puro, também são avaliados títulos, links e imagens para identificar se a página é realmente autêntica.

Incluem-se aqui as táticas “famosas” de SEO, como escrever resenhas sem ter testado o produto ou mudar o título dos posts sem mexer (de verdade) no conteúdo. 

Essas táticas já não eram recomendadas, mas agora os riscos ficaram ainda mais claros.

Propósito enganoso

“Propósito enganoso”, dentro das diretrizes para avaliadores, é o oposto de conteúdo autêntico. Envolve a publicação de informações falsas, muitas vezes difíceis de verificar, para iludir os visitantes.

O parágrafo abaixo, adicionado recentemente ao manual, exemplifica. Os grifos são nossos:

Uma página (de propósito enganoso) tem informação deliberadamente imprecisa para promover produtos para gerar receita a partir de cliques ou links monetizados. Exemplos incluem uma página de recomendação de produtos que finge ser o blog de uma celebridade ou uma recomendação baseada em uma alegação falsa de testes pessoais e independentes que, na verdade, nunca foram realizados.

Possivelmente, com base no feedback dos avaliadores humanos, o Google melhorará a capacidade dos seus sistemas de identificar e remover páginas com propósito enganoso. 

E-E-A-T falso

O E-E-A-T falso ou enganoso é uma tentativa de “falsificar” experiência, expertise, autoridade e confiança de forma artificial. Estes são critérios de qualidade usados pelo Google para definir quando um conteúdo é útil ou não.

As diretrizes para avaliadores agora incluem uma seção com exemplos práticos. A avaliação passa por conteúdo, autoria, expertise percebida, entre outros aspectos. Veja alguns trechos:

Uma página ou site com informação enganosa sobre o negócio. Por exemplo, um site que afirma ter uma loja física, mas só existe na internet. Não tem nada errado em ser um negócio digital, mas afirmar ter uma localização física (com fotos ou endereço falsos) é enganoso.

Uma página ou site com dono ou criadores de conteúdos falsos. Por exemplo, conteúdo gerado por IA, com perfis de “autores” falsos (imagens geradas por IA, ou com descrições ambíguas) para fazer parecer que o conteúdo foi escrito por pessoas.

Informação factualmente incorreta e enganosa sobre a expertise de criadores de conteúdo. Por exemplo, uma página de autor que incorretamente afirma ter credenciais ou expertises (como ser um profissional médico) para fazer o conteúdo parecer mais confiável do que realmente é.

Novamente: já sabíamos que tudo isso é ruim e prejudica resultados de SEO. Agora, temos mais detalhes de como o Google trata a questão na classificação de páginas. 

Políticas para design enganoso

A última atualização diz respeito a “forçar” o visitante a fazer ações indesejadas, como botões que mudam de lugar, ou pop-ups onde o “x” fica escondido na tela.

Se você faz isso, certamente será penalizado. Hoje em dia nenhum site “normal” usa esse tipo de tática, que engloba conteúdo, links e títulos. 

Os exemplos apresentados são:

Páginas com botões ou links enganosos, como links em pop-ups, publicidade intersticial ou elementos que parecem uma coisa, como um anúncio, mas tem um outro efeito, como baixar um aplicativo.

Páginas com títulos que não têm nada a ver com o conteúdo. As pessoas que entram esperando ver um assunto relacionado ao título se sentirão enganadas.

Conteúdo autêntico é o futuro

A mensagem passada pelo Google é clara: conteúdo autêntico terá preferência. É o tal conteúdo útil, foco das últimas atualizações do buscador. 

Hoje, não basta mais apenas replicar informações que já estão na internet. A Inteligência Artificial já faz isso – e, se alguém clica no seu site, é para ver alguma contribuição nova sobre algum assunto.

Por exemplo, imagine que eu quero comprar um fone de ouvido. Eu posso pesquisar os modelos no ChatGPT, ou ler um artigo de blog que faz resenha dos lançamentos do ano.

Se eu for ao Google e clicar em um site, espero ver uma resenha autoral, de alguém que comprou e usou o equipamento. Sem isso, eu não terei as informações que preciso para fazer a compra.

Caso as informações sejam genéricas, era mais fácil só ter clicado na Amazon e ler as avaliações postadas lá. Pior ainda se eu abrir um site, alguém fingir que usou o produto, quando na verdade só está replicando outras avaliações disponíveis na internet.

Do ponto de vista de quem está acessando, não vale mais a pena ler textos genéricos. Já existem formas mais eficientes de ter informações gerais, como as LLMs ou os portais já reconhecidos. E, do ponto de vista do Google, não faz sentido indexar páginas e exibir que só replicam o que já está no índice.

Vale lembrar que o Google não é infalível. Por mais que haja o interesse em recompensar conteúdo autêntico, nem sempre é o que acontece na prática. Muitos sites autênticos perderam tráfego com o HCU e ainda hoje é possível ver sites horríveis na SERP – o exemplo mais claro são aquelas propagandas de Tigrinho em sites de prefeitura.

Ainda assim, vale a pena investir em conteúdo de qualidade. Se você ainda não faz isso, considere investir em criar novas páginas e revisar as que já estão no seu site, para que elas fiquem diferentes de resultados padrão que qualquer pessoa pode alcançar nas LLMs. Faça o teste e veja se os seus resultados melhoram (provavelmente será o caso).

Se você precisa de apoio nesse processo, entre em contato conosco! A SEO Happy Hour é uma consultoria com profissionais experientes em navegar pelas atualizações do Google, incluindo as relacionadas a conteúdo.

  • Elyson Gums

    Elyson Gums

    Elyson Gums é redator na SEO Happy Hour. Trabalha com redação e produção de conteúdo para projetos de SEO e inbound marketing desde 2014, em segmentos B2C e B2B. É bacharel em Jornalismo (Univali/SC) e mestre em Comunicação Social (UFPR).

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