Elyson Gums
Jornalista e mestre em Comunicação Social. Produzo conteúdo para projetos de SEO e inbound marketing desde 2014.
Elyson Gums
Atualizado em 05/05/2025
10 min de leitura
As diretrizes de qualidade do Google mudaram. Agora, conteúdos possivelmente gerados por Inteligência Artificial são marcados como de “pior qualidade”. Mas, nem todos: apenas as páginas genéricas, com texto tipicamente gerado em plataformas como ChatGPT.
O documento mudou em janeiro de 2025, mas John Mueller apresentou mais detalhes no Search Central Live de abril. Na ocasião, ele destacou como funciona a avaliação de conteúdos de baixa qualidade gerados por Inteligência Artificial.
Esse assunto é muito delicado e gera muitas dúvidas, especialmente porque a IA está cada vez mais presente em SEO, seja com artigos feitos por IA ranqueando bem, seja pelas AI Overviews (que em muitos casos são meras cópias de páginas já publicadas).
Antes de apresentar os detalhes, é importante esclarecer alguns pontos:
Já escrevemos por aqui que o Google não penaliza conteúdo gerado por IA, nem inclui esse tipo de avaliação nos seus sistemas, mas vale reforçar. O problema é que muitas (muitas mesmo) vezes “conteúdo ruim” e “conteúdo feito por IA” são sinônimos.
Isso é fruto da falta de cuidado ou conhecimento em aplicá-los às suas estratégias. Nesses casos, os resultados são devastadores.
Agora que já estamos na mesma página, vamos entender como o Google avalia os conteúdos gerados por IA. 👇
Pela primeira vez, o documento traz uma descrição sobre IA generativa, apresentando-a como uma “ferramenta útil, mas que pode ser mal utilizada”:
A IA generativa é um tipo de modelo de aprendizado de máquina (ML) que consegue usar o que aprendeu a partir dos exemplos fornecidos para criar novos conteúdos, como textos, imagens, músicas e códigos. Diferentes ferramentas utilizam esses modelos para gerar conteúdos com IA generativa. A IA generativa pode ser uma ferramenta útil para a criação de conteúdo, mas, como qualquer ferramenta, também pode ser mal utilizada.
Na sequência, o documento detalha dois tipos de spam:
A instrução para os avaliadores é: ao perceber conteúdo de baixa qualidade gerado por IA, atribua a pior nota.
John Mueller explicou da seguinte forma durante o Search Central Live:
A classificação mais baixa se aplica quando todo ou quase todo o Conteúdo Principal (MC) da página (incluindo texto, imagens, áudio, vídeos etc.) é copiado, parafraseado, incorporado, gerado automaticamente ou por IA, ou republicado de outras fontes com pouco ou nenhum esforço, pouca ou nenhuma originalidade e pouco ou nenhum valor agregado para os visitantes do site. Páginas assim devem receber a classificação mais baixa, mesmo que atribuam o crédito do conteúdo a outra fonte.
O documento das diretrizes para avaliadores faz uma observação importante sobre o uso de IA, na página 43:
Da mesma forma, o uso de ferramentas de IA generativa por si só não determina o nível de esforço ou a classificação de Qualidade da Página. Ferramentas de IA generativa podem ser utilizadas tanto para a criação de conteúdo de alta quanto de baixa qualidade. Por exemplo, pode haver um alto nível de esforço envolvido na criação de obras de arte originais e de alta qualidade com o uso dessas ferramentas.
Um dos principais critérios de controle de qualidade é o esforço na publicação de um conteúdo. Os avaliadores são instruídos a atribuir melhores notas para conteúdos bem elaborados, onde há interesse real em oferecer informações de qualidade aos visitantes.
As diretrizes do Google não indicam de forma definitiva o que significa “esforço”, mas dão pistas:
Considere até que ponto um ser humano trabalhou ativamente para criar um conteúdo satisfatório. O esforço pode ser direto, como uma pessoa traduzindo um poema de um idioma para outro, também pode estar no design da funcionalidade da página ou na construção de sistemas que sustentam uma página da web, como serviços de tradução automática.
O manual também explica claramente que conteúdos gerados em massa por IA não se encaixam nessa definição:
Por outro lado, a criação automática de milhares de páginas com base em conteúdos já disponíveis gratuitamente em softwares de tradução, sem qualquer supervisão, curadoria manual, etc., não seria considerada como contendo esforço.
Se todo, ou maior parte do conteúdo for copiado ou gerado automaticamente por IA com baixa qualidade, sem originalidade e sem valor agregado, a página receberá a pior pontuação de qualidade possível.
O documento não dá diretrizes absolutas para identificar se o conteúdo é feito por IA ou não, mas orienta como identificar conteúdo copiado ou feito sem esforço.
Perceba que não é sobre gerar conteúdo por IA, é sobre gerar conteúdo ruim. A questão é que com a IA fica mais fácil, rápido e barato fazer isso.
No caso de conteúdo copiado, a orientação é simplesmente selecionar alguns trechos de texto e pesquisá-los na web para encontrar fontes.
Para conteúdo parafraseado (o famoso “copia, mas não faz igualzinho”), o método é:
Quando os avaliadores percebem esses padrões na página, são orientados a atribuir notas baixas para o conteúdo, com base no esforço, originalidade e valor agregado da página:
As diretrizes do Google agora também abordam a encheção de linguiça: conteúdo de baixo valor e baixa relevância inserido na página para fazer com que ela pareça ser melhor ou mais completa.
A definição é de “[informações que] inflam artificialmente um conteúdo, criando uma página que parece rica, mas falha m entregar conteúdo que os visitantes do site consideram valioso”.
Exemplos incluem introduções genéricas, parágrafos exagerados, páginas com espaçamentos desnecessários, blocos de informação não relacionados com o conteúdo principal da página, entre outros.
O principal aprendizado é que não dá mais para criar conteúdo de qualquer jeito, seja com redatores humanos, seja com redatores robôs.
Indexar páginas ruins custa dinheiro para o Google. E criar páginas ruins nunca foi tão simples e rápido. A conta não bate, então a big tech está se atualizando para indexar só conteúdos que realmente agradam as pessoas.
Fora isso, o buscador já tem um espaço dedicado para IA generativa, as AI Overviews. Do ponto de vista de experiência do visitante, essa jornada faz pouco sentido:
Se for assim, é mais fácil pesquisar no ChatGPT direto – e se as pessoas começarem a fazer isso, o Google perde dinheiro.
Outro detalhe que vale a pena mencionar: seres humanos também podem produzir conteúdo de baixa qualidade. Não adianta nada ter “redação 100% humana” se os textos forem mera repetição do que já está no Google, sem acrescentar nada de original.
Não importa se você tem uma equipe de redatores ou se está usando IA para fazer conteúdo, o que você precisa fazer daqui em diante é:
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