Como o Google escolhe quais páginas exibir para cada pesquisa? Gary Illyes explica

Engenheiro do Google apresenta os passos básicos da classificação de páginas – e destaca a importância do conteúdo e da autoridade do site no processo.

No vídeo mais recente da série “Como a Pesquisa Orgânica funciona”, o engenheiro Gary Illyes explica como o Google define a exibição de resultados de pesquisa. O vídeo reforça a importância do conteúdo útil, como o Google já vem fazendo em suas documentações e guias mais recentes.

A exibição é a parte da pesquisa em que o Google escolhe quais sites são os mais relevantes para cada palavra-chave ou frase pesquisada. Alguns detalhes sobre o processo são:

  • O Google “limpa” as pesquisas antes de procurar as páginas indexadas;
  • Agrupa pesquisas semelhantes;
  • Considera “qualidade de conteúdo” como um critério fundamental para classificar páginas;
  • Não exibe os mesmos resultados em todas as partes do mundo.

Estas informações já são conhecidas, mas nem sempre são claras para quem está iniciando em SEO. Também eliminam alguns mitos, como a necessidade de usar sempre uma palavra-chave exata ao longo do texto.

O vídeo foi publicado em 9 de abril e está disponível abaixo. Ele é uma expansão de uma página do guia de SEO para iniciantes do Google.

Como o Google define quais páginas são exibidas na SERP?

O Google procura sempre entregar os resultados que melhor correspondem à intenção de busca. O Google tenta sempre entender o que a pessoa quer saber, para entregar a informação da forma mais ágil e precisa.

Por exemplo, quando alguém pesquisar “loja de bicicletas”, verá uma lista de lojas próximas. Quando alguém pesquisa uma cidade, verá os principais dados sobre ela.

Nem sempre isso gera tráfego para um site. O Google tem diversos recursos que oferecem as informações mais importantes direto na SERP. Em várias buscas o visitante só precisa clicar em um resultado orgânico se quiser se aprofundar sobre o tema. 

Além disso, o Google personaliza os resultados com base em diversos fatores. O caso mais óbvio é a localização – quando você pesquisa um serviço, como uma oficina, verá os resultados próximos de você.

Na prática, isso é possível a partir das etapas de:

  • Análise da pesquisa;
  • Busca no índice;
  • Classificação dos resultados de pesquisa.

Análise da pesquisa 

Segundo Gary, o primeiro passo é interpretar o termo pesquisado, para entender a intenção de busca e o contexto da palavra-chave.

Primeiro, o Google “limpa” o termo, eliminando palavras desnecessárias. Por exemplo, “loja de bicicleta” e “loja bicicleta” retornarão as mesmas páginas. O Google consegue entender que “de” é apenas um conectivo, neste caso.

Mas e se eu quiser pesquisar por “Leonardo da Vinci”? Ou “Estátua da Liberdade”? Nestas situações o Google entende que os termos fazem parte do nome de uma pessoa ou lugar.

Isto acontece porque o mecanismo de busca identifica entidades. Entidades são coisas únicas e distinguíveis no mundo, como o nome de uma marca, cidade, pessoa, produto, etc. Esse conceito pode ser um pouco abstrato, então vamos aos exemplos:

  • “Estátua da liberdade” não é qualquer estátua que representa liberdade, é aquela famosa, que está nos EUA;
  • “Apple” não é apenas maçã em inglês, é também uma empresa de tecnologia;
  • “Curtindo a vida adoidado” não é uma expressão em português, é um filme clássico da década de 1980.

Quando você digita cada um destes termos no Google, o buscador entende a entidade que você está procurando e exibe resultados de acordo. E, por fazerem parte de uma entidade, todas as palavras são relevantes, incluindo os “de” e “a”.

Veja o que acontece quando pesquisamos “estatua liberdade” no Google. Ele não consegue entender a entidade, então mostra também a estátua da Havan – provavelmente porque o redator deste post está no interior de Santa Catarina:

Captura de tela para uma pesquisa no Google para "estátua liberdade". O resultado mostra várias imagens e links para passeios relacionados à Estátua da Liberdade. No canto superior direito, há um destaque para o "Mirante Estátua da Liberdade Havan", classificado com 4,6 estrelas a partir de 2.781 avaliações no Google.

Quando a busca é por “Estátua da Liberdade”, o Google exibe a entidade correta:

Captura de tela de uma pesquisa no Google para "Estátua da Liberdade". A tela exibe várias imagens da Estátua da Liberdade e anúncios de ingressos e passeios relacionados a ela com preços em reais e avaliações de usuários. Há um destaque para a entrada da Wikipedia sobre a Estátua da Liberdade, descrevendo-a como uma escultura neoclássica colossa que simboliza a Liberdade. À direita, há uma caixa de informações detalhadas sobre a Estátua da Liberdade, com uma classificação de 4,7 estrelas de quase 100.000 avaliações, e opções para visitar o site, encontrar rotas, salvar, ligar e consultar ingressos. Há também um mapa mostrando a localização da estátua na Ilha da Liberdade, com a indicação de um museu nas proximidades.

Além de diferenciar termos gerais e entidades, o Google também consegue entender similaridades entre as buscas. Se você pesquisar “loja de carros” e “loja de automóveis”, os resultados serão os mesmos.

Aqui, cai um mito de SEO famoso: segundo Gary Illyes, não é necessário usar a palavra-chave exata em textos. As variações tornam a leitura mais agradável e não impactam negativamente os resultados de SEO. 

Busca no índice

Depois de entender o contexto da pesquisa, elas são enviadas ao índice do Google. É um banco de dados com todos os sites que estão prontos para serem exibidos na SERP.

O índice retorna todas as páginas relevantes para a palavra-chave pesquisada. Depois, elas são classificadas por relevância. As mais relevantes ocupam as primeiras posições. 

Classificação de páginas

Nas palavras de Gary Illyes, a decisão de quais páginas exibir acontece assim:

A classificação depende da relevância dos resultados (do índice) para o visitante.

Centenas de fatores determinam a relevância, com o conteúdo da página sendo o mais importante.

Além disso, fatores como localização, idioma e dispositivo também influenciam a classificação.

É importante esclarecer que conteúdo não é apenas texto. O índice do Google considera todos os elementos da página como conteúdo, incluindo marcações HTML, metadados, atributos de imagem etc. 

De acordo com Gary, o Google avalia a qualidade do conteúdo das páginas, mas ele não dá detalhes ou insights sobre como é o processo:

A qualidade é determinada por um número de fatores, como a originalidade do conteúdo e a relativa importância da página da internet, entre outros.

Este posicionamento reforça o conceito de conteúdo útil, foco dos últimos core updates do Google. O buscador privilegia as contribuições originais, feitas por fontes que são autoridades no assunto. 

A orientação geral do Google é sempre criar conteúdo para pessoas, não para os algoritmos

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  • Elyson Gums

    Elyson Gums

    Jornalista e mestre em Comunicação Social. Produzo conteúdo para projetos de SEO e inbound marketing desde 2014.

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