O Google quer transformar o Modo IA em sua principal ferramenta de pesquisa. O CEO da empresa, Sundar Pichai, confirmou que o plano é integrar os links azuis com a experiência de IA generativa de forma gradual.
Já era esperado que isso fosse acontecer, mas agora temos uma declaração oficial sobre o assunto. Só não sabemos como e quando o processo começará.
Por enquanto, o Modo IA está disponível apenas nos EUA, como uma aba separada do Google. Ele deixa o buscador com uma interface muito parecida com o ChatGPT, resumindo informações e fazendo links para sites de conteúdo.
As falas são de uma entrevista para um podcast dos EUA, com Lex Fridman. Recomendamos que você acompanhe a entrevista completa, porque é bem interessante.
Abaixo, traduzimos os destaques que influenciam o mercado de SEO. Traremos também o contraponto do CEO da Perplexity, que discorda bastante do Google. É uma discussão no mínimo interessante.
O futuro do Google com IA generativa
A integração do Modo IA com a pesquisa tradicional do Google já é realidade.
O plano é seguir de forma progressiva:
Funcionalidades do modo IA continuarão migrando para a pesquisa principal, podemos pensar em ambas (links azuis e IA) em continuidade. O Modo IA será a experiência de vanguarda, e recursos que funcionam serão levados até a pesquisa orgânica.
A fala aparece por volta de 1h09 no podcast. Perceba que a pergunta foi “o Modo IA vai substituir a pesquisa com links azuis”, e Pichai não foi direto na resposta.
Em outros momentos, o Google já havia falado que “o Modo IA era o futuro da pesquisa”, mas é a primeira vez que entendemos o que isso de fato significa.
Gerar tráfego será prioridade
Segundo Pichai, enviar tráfego para sites é um “princípio de design” do Google. Mesmo que a pesquisa mude, isso será mantido.
Aqui, não tem nada de novo: é o mesmo posicionamento de sempre, de que “a IA gera cliques de maior qualidade”, e de que “o Google está citando um número maior de sites”.
Para quem quiser entender mais, recomendamos acompanhar esta outra entrevista, para o The Wired. Além de falar de tráfego, Sundar Pichai também discute brevemente sobre o “modelo de receita” da internet de hoje.
O resumo da argumentação dele é o seguinte:
As pessoas interagem mais com os resultados de IA do que com a busca tradicional;
“Interagir” significa fazer perguntas adicionais depois de receber a primeira resposta;
Esse aumento de interação leva a um aumento de citações;
E, como a jornada é maior, cliques tendem a ser mais “intencionais”, logo, de maior qualidade.
Sundar Pichai complementa afirmando que jornalistas não serão substituídos e que o Google se destacará da concorrência pelo tráfego gerado para quem publica conteúdo na internet.
O foco inicial do Modo IA é uma experiência orgânica, mas anúncios não são descartados. Inclusive, já estão sendo testados lá fora.
Sundar Pichai não deu uma resposta concreta sobre qual será o espaço publicitário no modo IA e indicou ainda que, se necessário, o Google pode testar novas formas de monetização.
De acordo com o CEO:
Anúncios são tratados como “informação” pelo Google, por mais que tenham natureza comercial;
A IA oferece oportunidades de exibir essa informação comercial de forma contextualizada e não intrusiva;
Empresas querem se conectar com pessoas e isso nunca muda.
É importante pensar nisso porque hoje SEO e anúncios são “lados da mesma moeda”. A maior parte da receita da big tech vem do Google Ads, mas é a pesquisa orgânica que torna esse espaço tão valioso para anunciantes.
No Modo IA, não sabemos como será essa relação.
O contraponto à entrevista de Sundar Pichai
Alguns dias antes da participação no Lex Fridman Podcast, o CEO da Perplexity concedeu uma entrevista no evento Bloomberg Tech. Além de falar do crescimento de sua empresa, ele questionou todo o posicionamento do Google.
O timing foi pura coincidência. Aravind Srinivas não estava falando especificamente do podcast, mas da forma como o Google conduz seus experimentos com IA como um todo.
Ele acredita que o Modo IA será o padrão assim que o Google encontrar um bom modelo de negócios.
Hoje, é impossível entregar toda a capacidade do Gemini porque isso mataria a receita vinda de publicidade. Logo, é necessário manter os links azuis vivos até encontrar alternativas.
O CEO da Perplexity também disse categoricamente que é mentira que IAs geram tráfego:
Esperamos gerar tráfego por meio dessas citações. Nunca vou mentir e falar coisas como “oh, ainda estamos mandando muito tráfego”, igual empresas grandes estão tentando fazer. Isso é definitivamente errado. Estamos sendo transparentes ao afirmar que, sim, haverá menos tráfego gerado por essas interfaces (de IA generativa).
Os impactos para SEO
Se você usa SEO para gerar tráfego, não se desespere!Ao que tudo indica, as boas práticas técnicas e de conteúdo seguem as mesmas para aparecer na IA.
As principais diferenças são a forma como as pessoas interagem com a busca e o papel dos buscadores na jornada de compra.
Um dos melhores exemplos é o conteúdo de topo de funil. Se você dependia dele para gerar tráfego, vale a pena repensar a estratégia. Hoje, a maioria desses conteúdos é facilmente resumida pela IA, o que deve resultar em baixo tráfego.
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Elyson Gums é redator na SEO Happy Hour. Trabalha com redação e produção de conteúdo para projetos de SEO e inbound marketing desde 2014, em segmentos B2C e B2B. É bacharel em Jornalismo (Univali/SC) e mestre em Comunicação Social (UFPR).
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