Seguir as boas práticas de SEO é o segredo para aparecer na IA do Google. A nova documentação do buscador ressalta que você não precisa fazer “nada de diferente” para ser citado no Modo IA e nas AI Overviews.
As principais dicas são criar conteúdo útil e organizar o SEO técnico do site. O documento também explica como os recursos de IA funcionam e o que fazer para não ser citado como resposta.
Também há um tópico sobre como avaliar a performance, mas ela é mais vaga – e o assunto já está gerando polêmica nos EUA.
O Google é categórico ao afirmar que não existem otimizações específicas para ser citado nas IAs do buscador.
Talvez você já tenha visto siglas como GEO ou AIO por aí, que se referem à otimização para mecanismos de busca. É simplesmente SEO com outro nome – todas as boas práticas são muito similares ao que já funciona para mecanismos de busca tradicionais.
Veja este trecho da documentação, exibido em destaque logo nas primeiras linhas:
As melhores práticas de SEO continuam relevantes para os recursos de IA do Google (como AI Overviews e Modo IA). Não há requisitos adicionais para aparecer nelas, nem são necessárias outras otimizações especiais.
Não é necessário criar arquivos adicionais para os mecanismos de busca. De vez em quando alguém compartilha a sugestão de criar um “llm.txt”, que seriam uma equivalente ao robots.txt para mecanismos de IA.
Segundo o Google, não há necessidade. O documento diz claramente:
Você não precisa criar novos arquivos legíveis para máquinas, arquivos de texto para IA, ou marcações para aparecer nesses recursos (AI Overviews e Modo IA). Nem precisa adicionar novos dados estruturados no formato schema.org.
Resumindo: continue fazendo SEO.
Como as IAs do Google funcionam?
Quando falamos em “IA do Google”, nos referimos a dois produtos diferentes:
AI Overviews, que são os resumos de IA que aparecem no topo da página de pesquisa (principalmente para pesquisas informativas);
Modo IA, que substitui a interface padrão do Google por uma muito parecida com o ChatGPT, onde a pessoa pode “conversar” com o buscador para encontrar respostas altamente específicas.
Conforme anunciado no Google I/O 2025, os recursos a partir de agora serão alimentados pelo Gemini 2.5, o modelo de linguagem mais avançado da empresa.
O conceito de query fan-out
Ambos os sistemas usam uma técnica chamada de query fan-out, que “quebra” cada pesquisa em múltiplas partes e faz várias pesquisas complementares.
Imagine que você pesquisa “vestido de cor azul com muitos bolsos e que seja bonito para usar no verão”.
Em vez de fazer uma pesquisa no índice, o query fan-out desmembra a consulta em várias partes (vestido bonito/vestido azul/vestido com bolsos) para encontrar resultados.
As patentes da OpenAI mostram que o “raciocínio” dos seus modelos de linguagem segue uma lógica parecida. Os prompts são fragmentados para facilitar o entendimento por parte da IA.
Segundo o Google, essa é uma evolução da pesquisa tradicional, pois entrega resultados mais ricos, com mais rapidez.
A descrição oficial do método é:
A técnica de query fan-out realiza várias pesquisas relacionadas sobre subtópicos e fontes de dados para elaborar uma resposta. Enquanto as respostas estão sendo geradas, nossos modelos avançados identificam mais páginas de apoio, permitindo exibir um conjunto mais amplo e diversificado de links úteis associados à resposta do que em uma busca clássica, criando novas oportunidades de exploração.
Dependendo do tópico, centenas de pesquisas podem ser feitas de forma praticamente simultânea.
Como aparecer na IA do Google?
O Google reforça que basta fazer SEO. Se você for considerado uma fonte mais relevante para a pesquisa realizada, seu site será exibido como link sugerido nas AI Overviews e no Modo IA.
Atente-se para:
Seguir os requisitos técnicos para ser rastreado e indexado;
As boas práticas de SEO (principalmente o conteúdo útil).
Veja um resumo abaixo.
Requisitos técnicos para aparecer na IA
Os requisitos básicos são relativamente simples: basta o Googlebot ter acesso às páginas. Se elas estiverem disponíveis para indexação e não forem spam, poderão aparecer na IA.
As suas ações devem ser:
Revisar as diretivas do arquivo robots.txt;
Usar a tag noindex apenas para páginas que não têm valor para SEO;
Corrigir códigos de resposta inesperados, como 404, soft 404, 5xx, 3xx, entre outros.
Atualize as informações do seu perfil empresarial e do Merchant Center.
Avaliando o desempenho do seu site na IA
Na hora de falar como medir o tráfego gerado pelas AI Overviews e pelo Modo IA, a documentação fica extremamente vaga.
As únicas instruções são “observar o Google Search Console” nas abas de performance e por pesquisa web, e em ferramentas como o Google Analytics.
O detalhe que não está mencionado de forma explícita é que não há separação entre Modo IA, AI Overviews e Pesquisa tradicional. Ou seja, fica tudo misturado.
Apesar disso, o Google afirma o seguinte:
Percebemos que quando as pessoas clicam em um site a partir das IA Overviews, esses cliques têm maior qualidade (significando que as pessoas estão mais dispostas a passar mais tempo no site).
Mas há quem diga que não é bem assim e que o Google quer “esconder” o impacto real da IA para quem aplica estratégias de SEO.
Publicamos dois posts aqui no site da SEO Happy Hour explicando essa polêmica:
Google esconde dados do Modo IA nos EUA. Nos Estados Unidos, nenhum clique é classificado como vindo do Modo IA. Eles aparecem nas ferramentas de analytics como “desconhecido” ou “tráfego direto”;
Tenha cautela ao fazer isso! Pensando em visibilidade de marca, é sempre melhor aparecer na IA do que não aparecer. Use estas diretivas para ocultar dados que não têm valor para SEO, como páginas de sistemas internos ou as que contêm dados confidenciais.
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O futuro do Google é a IA. A boa notícia é que o SEO bem feito é uma das principais formas de se adaptar a esse novo cenário. E você pode contar com a SEO Happy Hour para melhorar os seus resultados, tanto na pesquisa tradicional quanto nas plataformas de LLM.
Elyson Gums é redator na SEO Happy Hour. Trabalha com redação e produção de conteúdo para projetos de SEO e inbound marketing desde 2014, em segmentos B2C e B2B. É bacharel em Jornalismo (Univali/SC) e mestre em Comunicação Social (UFPR).
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