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Agentes de IA: como funcionam e o que eles mudam em SEO?

Já imaginou um cliente comprar do seu site direto pelo ChatGPT? Antes parecia ficção, mas agora é possível. Os agentes de IA são sistemas que realizam tarefas de forma autônoma, como comparar preços, comprar passagens de avião ou fazer reservas em restaurantes.

Pela primeira vez, um humano pode interagir com um site sem clicar nele. Agora, basta enviar uma instrução para os robôs.

Hoje, o recurso não é amplamente usado. Mas a expectativa é que fique cada vez mais popular – pelo menos é nisso que as big techs estão investindo. O plano do ChatGPT para o futuro é ser um “parceiro para resolver as tarefas reais”, enquanto o Google prevê crescimento de agentes de IA a partir de 2026.

Neste post, você entenderá quais são as implicações desse cenário no ecossistema de SEO e como se adaptar a este novo capítulo da internet.

O que são agentes de IA?

Os agentes de IA são programas capazes de analisar informação, tomar decisões e executar ações para completar uma tarefa. Diferentemente das IAs convencionais, eles operam em sequências, mantendo o contexto e usando múltiplas ferramentas, de acordo com as instruções que recebem.

Eles são usados para realizar tarefas que exigem múltiplos processos, como pesquisar em diferentes fontes, organizar calendários, montar listas ou navegar por uma página da internet. 

Segundo o Google, as principais características dos agentes são:

  • Raciocínio: uso de lógica para identificar padrões e tomar decisões;
  • Ação: capacidade de realizar tarefas, interagindo diretamente com outros sistemas, APIs ou demais agentes de IA;
  • Observação: coletar e processar informações sobre o ambiente onde está inserido, incluindo o processamento de linguagem natural;
  • Planejamento: analisar as etapas necessárias para realizar a tarefa, inclusive para superar obstáculos;
  • Colaboração: habilidade de trabalhar em conjunto com humanos e outros agentes para realizar tarefas complexas e passar o bastão quando necessário;
  • Autoaprimoramento: adaptação presente nos sistemas mais complexos, capazes de aprender com a experiência e a execução dos prompts.

O que os agentes de IA podem fazer?

Os agentes de IA podem fazer diferentes tarefas, como navegar por páginas, fazer compras e assinar produtos. 

Veja algumas possibilidades:

  • Comparar o preço do mesmo produto em múltiplos e-commerces;
  • Resumir diversos posts de blog em uma única resposta;
  • Comprar ingressos para eventos ou shows de acordo com especificações como data e local;
  • Encontrar os serviços mais bem avaliados em determinada área, por meio da leitura de dados estruturados, avaliações e citações;
  • Gerar roteiros completos de viagem, explorando conteúdo de blogs de viagens;
  • Monitorar preços e notificar quando o valor estiver abaixo da média;
  • Localizar especificações técnicas ou detalhadas de um produto;
  • Selecionar e comprar planos de assinatura, como cursos.
agente do chatgpt comprando passagens aéreas

Antes, cada uma dessas ações necessitava de um ou múltiplos cliques.

Mas, com os agentes de IA, basta uma instrução detalhada, como: “Estarei viajando para Paris entre os dias 21 de agosto a 27 de agosto. Monte um roteiro completo para mim, contemplando museus, restaurantes bem avaliados e exposições de arte”.

Depois de receber a lista, não é nem necessário visitar os sites para comprar o ingresso. Bastaria escrever: “Faça reservas para os restaurantes X, Y e Z. Em seguida, compre os ingressos para os museus A, B e C”.

Uma IA convencional já faz tudo isso. O potencial real do agente nesse caso seria facilitar o agendamento das atrações e a interação em tempo real com a web para encontrar as melhores opções. Ele também pode agir com autonomia – você poderia “agendar” uma tarefa, ou realizá-la manualmente todas as semanas ou meses. 

Como os agentes de IA funcionam?

Os agentes de IA têm uma série de recursos para interagir com o mundo. Por meio delas, ele aprende, evolui, se adapta e seleciona uma série de “ferramentas” para completar as tarefas.

Eles são equipados com memória para realizar interações imediatas e considerar contexto e dados históricos enquanto tomam decisões. O ChatGPT é um ótimo exemplo – mesmo fora das suas capacidades de agente, ele consegue lembrar as suas informações pessoais e conversas anteriores e usá-las para gerar novas respostas. 

Além disso, os agentes dispõem de várias ferramentas para realizar tarefas. São recursos externos usados para realizar as tarefas, como pesquisa na web, análise de dados, renderização de páginas, entre muitas outras. 

E, por fim, os agentes têm modelos de linguagem em larga escala (LLM) como base. Elas são o “cérebro”, que permite processar as instruções do usuário e o texto das páginas que está navegando.

Os agentes que impactam SEO de forma mais direta estão sempre vinculados a uma LLM. Hoje, os principais exemplos que temos são o agente do ChatGPT, que funciona dentro da interface padrão do buscador, e agentes acoplados em navegadores, como o Comet, da Perplexity

Qual é o impacto dos agentes de IA?

As principais mudanças causadas pelos agentes de IA se relacionam com a interação com o site e as métricas avaliadas por profissionais de marketing e de SEO. 

No entanto, a tecnologia está sendo adotada agora, então não é possível dizer que ela está “transformando” SEO. Espera-se que isso comece a acontecer futuramente. Ou seja, é importante saber o impacto para se adiantar, mas não precisa mudar toda a sua estratégia por causa da existência dos agentes, ok?

O impacto mais evidente seria a queda de cliques. Na verdade, os cliques ainda acontecerão, mas serão feitos por user agents de robôs, não por seres humanos. Isso implicaria em uma diferença na forma como o site é visto – questões de design e UX podem ser ignoradas pelas máquinas, visto que elas acessam o site para realizar um objetivo fixo.

Isso também representaria uma transformação no funil de marketing. Os processos de descoberta de produtos, nutrição de audiência e storytelling podem mudar a partir do momento em que os agentes de IA são usados em massa.

Em via de regra, o robô “ignora” tudo o que não está relacionado com a sua tarefa principal. Então aquela lógica antiga, de criar um post de topo de funil para nutrir a audiência antes de ela estar pronta para comprar, possivelmente não se aplicará ao agente.

Imagine uma página que detalha o preço de um produto. Além do valor, ela conta com diversos recursos para atrair a atenção do visitante, quebrar objeções de venda e explicar os benefícios atrelados. 

Um agente de IA pode ignorar tudo aquilo e navegar diretamente para as informações de preço e compará-las com os concorrentes. Nesse caso, se o prompt da pessoa for “encontre a opção mais barata”, todo este conteúdo será apenas suplementar.

Se tudo isso vai acontecer mesmo, só o tempo dirá. Também estamos ouvindo há muitos anos que “as pesquisas por voz são o futuro”, mas as pessoas seguem interagindo com chatbots e mecanismos de busca por meio de texto.

Logo, você deve seguir otimizando o seu site para humanos mesmo. Não é esperado que os agentes sejam usados para literalmente tudo, especialmente agora que a tecnologia ainda está sendo implementada. Criar sites “crus”, apenas para máquinas, seria um grande erro.

No entanto, é importante otimizar as páginas para as máquinas também. John Mueller, porta-voz do Google, já recomendou que sites de e-commerce verifiquem se os seus checkouts são acessíveis por máquinas.

Para que isso aconteça, é necessário fazer uma série de otimizações técnicas. As páginas devem ser organizadas, claras e fáceis de navegar, para que o robô consiga acessar todas as informações e realizar as tarefas esperadas.

Como humanos e agentes de IA leem as páginas?

Para entender o impacto dos agentes de IA em SEO, é necessário entender como eles acessam as páginas e leem os sites. É de forma fundamentalmente diferente dos humanos. 

Esta tabela ilustra o funcionamento básico, embora ele possa variar de acordo com o tipo de página e tarefa executada pelo agente de IA.

Como humanos acessam páginasComo agentes de IA acessam páginas
Visualizam e interagem com uma página por vezPodem processar e comparar várias páginas ao mesmo tempo
Consideram design, layout e estéticaFocam em estrutura, metadados e hierarquia do conteúdo
Buscam conteúdo envolvente e linguagem persuasivaPrioriza dados factuais e verificáveis, como especificações e preços
Navegam por menus, CTAs e elementos visuaisExtraem informações estruturadas de acordo com a tarefa solicitada
Confiança baseada em marca, design e prova socialConfiança baseada em sinais estruturais, consistência e menções a marca
Preferem linguagem natural e narrativasValorizam clareza, objetividade e precisão semântica
Clicam e exploram opções ativamenteRecuperam apenas o que é necessário para cumprir uma tarefa
Exigem boa experiência do usuário e design responsivoExigem HTML limpo, marcação acessível e dados claros
Decisões guiadas por emoções e impressõesDecisões guiadas por lógica, validação e critérios de ranqueamento

Os sites ainda serão necessários no futuro?

Otimizar sites continua tão importante quanto antes. Ou até mais, já que agora é necessário criar experiências que funcionem tanto para os humanos quanto para os agentes de IA.

É importante ter um site otimizado por diversas razões:

  • O site é a principal fonte de dados sobre a sua empresa. É, na maioria das vezes, a melhor forma de um mecanismo de busca ou LLM obter informações atualizadas sobre a sua empresa, seus produtos e seus serviços;
  • O site permite que você “controle” como é exibido pelos buscadores. Você pode montar clusters de conteúdo, estabelecer relações semânticas entre diferentes contextos, apresentar suas ofertas, publicar seu blog, coletar dados sobre os visitantes, entre tantas outras possibilidades;
  • A maioria das transações acontece nos sites. Ter um checkout claro e funcional é importantíssimo para converter os visitantes, especialmente nos próximos anos, em que os agentes devem ser considerados uma “tecnologia emergente”.
  • Para comprar, as pessoas (e os robôs!) precisam descobrir a sua marca. Sites são ativos valiosos para a venda, mas também para a fase de descoberta do funil de marketing. Sem uma página própria na internet, fica difícil (pra não dizer impossível) para um possível cliente conhecer mais sobre a sua empresa. 

Os sites podem até mudar, mas não vão deixar de existir. Eles seguem sendo centrais para ter visibilidade nas IAs e para aumentar o faturamento da sua empresa. 

Pelas mesmas razões, áreas como SEO, UX, desenvolvimento web e CRO continuam muito valiosas. É por meio delas que você terá um site funcional para humanos, que aparece nas respostas de IA e pode ser facilmente acessado pelos agentes. 

Existe otimização de sites para agentes de IA?

Por aqui, ainda não vimos casos de sucesso de otimização de sites para agentes de IA. Não há pesquisas indicando as boas práticas que trazem melhores resultados, ou guias consolidados sobre o assunto.

Isto é, de certa forma, esperado – é uma tecnologia muito nova, que ainda está recebendo os primeiros lançamentos em larga escala.

Na teoria, podemos citar alguns elementos que são importantes para este novo momento:

  • Estrutura clara: páginas bem estruturadas, com uso adequado de heading tags. Boa arquitetura de site, com menus lógicos e navegação coesa também contam pontos;
  • Uso de dados estruturados: marcações relevantes em formato Schema, como produto, FAQ e Organização, para dar clareza ao que cada seção do seu site representa;
  • Atualização: páginas com informações atualizadas, como valores, políticas de frete e disponibilidade de produtos; 
  • Acessibilidade: invista em um site com boa performance e com informações que sejam acessíveis sem dependência de JavaScript. 
  • Autoridade de tópico: as LLMs priorizam sites que cobrem certos assuntos de forma consistente e aprofundada, o que também pode ser válido para seus agentes. 

Estes são os princípios de sites bem otimizados para SEO e para IAs, que você deve seguir implementando.

Na prática, as capacidades dos agentes podem variar. Enquanto escrevia este texto, usei o modo agente do ChatGPT para entender melhor como funciona e testar suas limitações. 

Ele me trouxe algumas informações importantes:

  • Disse que tem uma ferramenta capaz de renderizar JavaScript, mas que não é esperado que todo o “ecossistema” de agentes de IA possa fazê-lo;
  • Me explicou que, por padrão, não acessa o código-fonte HTML de uma página. Logo, não lê os dados estruturados, a menos que a pessoa peça explicitamente por isso;
  • Complementou explicando que estas ações continuam válidas, pois podem ser úteis para certos tipos de tarefas ou para navegação de outros agentes.

Como você pode ver, não há um “playbook” ou método definitivo a ser seguido. Fazendo a pesquisa para publicar este post, até encontrei algumas listas de dicas, mas nenhuma traz fontes ou comprovações claras de sua eficácia. 🤔

Por aqui, seguiremos acompanhando as principais tendências e atualizaremos este post conforme o mercado for se adaptando.

Como saber se o seu site está pronto para a “era dos agentes de IA”?

O melhor jeito de descobrir é testando! Coloque um agente de IA para acessar o seu site e veja se ele consegue navegar por onde uma pessoa precisaria. Hoje, um dos jeitos mais simples de fazer isso é com o modo agente do ChatGPT, disponível para contas pagas.

É bem simples:

  1. Abra uma nova conversa, selecione “ferramentas” e pressione “modo agente”;
  2. Escreva um prompt solicitando uma tarefa que o seu cliente faz no seu site, como escolher diferentes modelos de roupa ou preencher um formulário;
  3. Observe a forma como o Agente de IA faz a navegação.

Durante o processo, você aprenderá como o robô visualiza o seu site e entenderá como o agente de IA faz a navegação. 

Você poderá ver cada etapa do raciocínio da IA, com direito a uma miniatura do navegador que está sendo usado para ler o seu site. Fica assim:

O prompt usado foi bem simples: quero que você resuma um artigo sobre o Yoast SEO publicado no site da SEO Happy Hour.

Depois que ele gerou a resposta, dei outra instrução: entre em contato com a SEO Happy Hour, pois quero contratar os serviços de consultoria em SEO.

O agente de IA me levou diretamente até a página de “fale conosco” e pediu as minhas informações para preencher o formulário. 

Ou seja, tudo certo! O robô conseguiu ler e entender o nosso conteúdo e como entrar em contato, assim como um ser humano faria. 

Agora, resta saber se a previsão do Google está correta e 2026 será mesmo o ano dos agentes de IA.

Se você quer se preparar para este cenário, entre em contato conosco! Nossos especialistas podem apoiar a sua estratégia de SEO e otimização para LLMs, para que você tenha mais visibilidade e seu site esteja pronto para ser acessado pelos agentes.  

  • Elyson Gums

    Elyson Gums

    Elyson Gums é redator na SEO Happy Hour. Trabalha com redação e produção de conteúdo para projetos de SEO e inbound marketing desde 2014, em segmentos B2C e B2B. É bacharel em Jornalismo (Univali/SC) e mestre em Comunicação Social (UFPR).

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