Grounding e GPT-5: como a OpenAI tornou o SEO ainda mais relevante

O lançamento do GPT-5, novo modelo do ChatGPT, pode ter sido uma ótima notícia para SEO. Isso porque o modelo depende mais da pesquisa de informações em tempo real, o que significa mais oportunidades para sites aparecerem como citação nas respostas.

A hipótese é do especialista em SEO Dan Petrovic. Ele percebeu que o novo ChatGPT, anunciado em agosto de 2025, não sabe informações consideradas “óbvias” e que as respostas ficam muito melhores com o recurso de pesquisa na web.

Este processo de pesquisar em fontes externas é chamado de grounding e já faz parte das LLMs há muitos anos. O que muda no novo modelo é como influencia nas respostas.

Neste post você entenderá os detalhes e por que este momento torna o SEO ainda mais valioso do que antes.

O novo ChatGPT pesquisa mais na web do que seus antecessores

Ao que tudo indica, o GPT-5 não tem informações que modelos menores já sabem, mas pode pesquisá-las em tempo real. Por isso, mesmo respostas “básicas”, sobre temas que em teoria o modelo já deveria saber, ficam muito melhores quando o recurso de busca na web já está ativo.

Veja abaixo um exemplo apresentado por Dan. Ele pergunta sobre um framework em Python, que tem ampla documentação. Sem ativar o recurso de busca na web, a resposta é insatisfatória: 

Depois, ele faz a mesma pergunta para um modelo open source do Google, bem menos robusto do que o ChatGPT. Ele imediatamente apresenta a resposta:

Na sequência, a mesma resposta, com o recurso de Busca na Web ativo no ChatGPT: 

Isto se alinha com a visão da “IA do futuro” de Sam Altman, CEO da OpenAI. Em sua visão, o modelo perfeito não tem todo o conhecimento do mundo, mas sim as ferramentas certas para interagir com qualquer tipo de informação.

Isso pode explicar ao menos em parte as reclamações sobre o desempenho do modelo, que começaram a aparecer assim que ele foi anunciado. O feedback negativo foi tão grande que a OpenAI já anunciou a volta do modelo o4, menos dependente de grounding, para os planos pagos

Por que o GPT-5 é diferente dos modelos anteriores?

Para Dan, trata-se de uma decisão estratégica de design da OpenAI.

A lógica parece ser a seguinte: o modelo se concentra em áreas como pensamento lógico e uso de ferramentas internas para responder prompts. Para o restante, se apoia nos mecanismos de busca.

Falando em termos um pouco mais técnicos, podemos dizer que o novo modelo se apoia mais em “grounding”, ou consultas em tempo real, para gerar respostas. 

No caso do ChatGPT, são índices de mecanismos de busca. Por padrão, o índice consultado é o do Bing, mas alguns testes apontam que a IA pode estar mudando para o Google.

Um detalhe: não fica claro se houve mudanças nos “gatilhos” que ativam a Busca na Web no GPT-5. O que sabemos é que as respostas são melhores quando o recurso é ativado manualmente pelas pessoas.

Documentações vazadas do ChatGPT indicam que modelos anteriores faziam esse tipo de pesquisa apenas quando era fundamental para responder a um prompt.

Esta é uma linha clara de desenvolvimento da OpenAI nos últimos anos e pode ser motivada por custos e facilidade de desenvolvimento.

Quanto maior um modelo, mais complicado ele é. Criar uma IA que saiba literalmente tudo custa caro para desenvolver, manter e atualizar. Por isso, o foco da OpenAI é tornar o ChatGPT mais inteligente, não maior. Assim, ele consegue interagir com as informações onde quer que elas estejam, por meio de ferramentas que permitam acesso em tempo real.

O que é grounding?

Grounding, ou “embasamento”, é o processo de conectar um modelo de linguagem a dados que podem ser consultados em tempo real. O objetivo é oferecer respostas melhores e reduzir as alucinações, que são as “respostas inventadas”. 

A técnica existe em diversas aplicações de IA, inclusive os chatbots como o ChatGPT, Claude, Gemini, entre outros.

Sem o grounding, as respostas da LLM perdem qualidade ou ficam incompletas, o que compromete a qualidade do sistema.

Quais os benefícios do grounding nas IAs?

O grounding torna as IAs mais completas, atualizadas e confiáveis.

Isto se reflete em uma série de benefícios para quem usa:

  • Menos alucinações (é quando a IA inventa informações, mas as disfarça em uma resposta que parece verdadeira);
  • Mais contexto para processar e responder perguntas baseadas em dados reais;
  • Capacidade de interagir e pensar sobre novos fatos, como notícias;
  • Suporte para aplicações em áreas altamente reguladas, como saúde;
  • Fornece fontes de dados relevantes, que melhoram a qualidade das respostas.

Se você usava o ChatGPT entre 2022 e 2023, provavelmente se lembra de como as respostas eram ruins ou limitadas. Em partes, era porque na época o ChatGPT não conseguia pesquisar em tempo real.

Portanto, ele era simplesmente incapaz de responder a uma série de prompts. 

Sempre que você perguntava sobre eventos recentes, ou sobre informações que mudavam muito rápido, o ChatGPT inventava uma resposta, ou explicava que só tinha acesso a dados de 2021 ou antes.

Em outubro de 2024, o ChatGPT lançou o seu recurso de Busca na Web, na época chamado de SearchGPT. O principal benefício destacado pela OpenAI foram justamente as respostas contextualizadas, como mostra este trecho do anúncio:

Você pode obter respostas rápidas e certeiras com links para fontes relevantes direto no ChatGPT, ao passo que antes você precisaria fazer a pesquisa em um mecanismo de busca. Isso combina os benefícios de uma interface em linguagem natural com a relevância de tópicos variados: resultados atualizados de partidas esportivas, notícias, cotações da bolsa e muito mais.

Como grounding funciona em IA generativa

O processo é mais simples do que parece:

  1. A IA recebe um prompt;
  2. Se julgar necessário, ela acessa um índice em tempo real para buscar informações;
  3. A resposta é gerada com base nos dados de treinamento da IA e nas informações buscadas;
  4. O chatbot faz uma lista das fontes consultadas para gerar a resposta.

Diversas fontes de dados podem ser utilizadas. No caso dos chatbots de IA, por padrão são índices de mecanismos de busca. Este é um dos motivos pelos quais estratégias tradicionais de SEO funcionam tão bem para gerar visibilidade nas LLMs. 

No ChatGPT, a pesquisa pode ser ativada de duas formas:

  • Manualmente, quando o visitante solicita clicando no botão Busca na Web;
  • De forma automática, quando o modelo entende que precisa de dados externos para responder.

Em modelos anteriores, exemplos de prompts que necessitam de grounding envolvem pesquisas locais, informações em tempo real, assuntos complexos ou de nicho e informações que mudam rapidamente. 

Isso inclui resultados de futebol, lançamentos de cinema ou games, informações técnicas sobre alguma área ou perguntas sobre novas tecnologias.

Pesquisas sobre “fatos incontestáveis”, por padrão, nunca ativam o grounding. São perguntas com respostas fechadas, como “qual é a capital do Brasil” ou “o que é SEO”.

Por que isso torna SEO indispensável

Se o GPT-5 depende mais de grounding, significa que ele acessa mais sites para encontrar informações. Logo, há mais aberturas para ser citado na IA – mas, para que ela encontre o seu site no meio do oceano de conteúdos publicados na internet, você precisa de SEO.

Quando um site não é rastreável e bem ranqueado nos índices utilizados pela IA, dificilmente será mencionado como fonte.

Para empresas, isto é o desperdício de um potencial importante, já que os mecanismos de busca não param de crescer e apresentam altas taxas de conversão.

A especialista em SEO Lily Ray resumiu muito bem:

O novo modelo depende de grounding (pesquisa na web) e outras ferramentas para ser preciso. Ele não é inerentemente treinado em toda a informação do mundo, pois… Já temos mecanismos de busca para isso (organizar essa informação). 

Dan Hinckley, co-fundador da agência Go Fish Digital, apresentou um complemento interessante: 

Modelos de linguagem de larga escala (LLMs) não precisam saber todas as informações; eles só precisam aprender como acessá-las, processá-las e entendê-las.

O ideal é que o seu site seja a fonte dessas informações, não o site de um concorrente.

Em geral, os primeiros sites acessados pela IA já são o suficiente para gerar as respostas. Ela não precisa ir até a “página 2” do índice. Em vez disso, faz diversas pesquisas diferentes, identifica as fontes de maior autoridade e interpreta os resultados.

A consequência é que sites que não estão nesta lista ficam invisíveis para muitos tipos de consultas.

Como fazer parte do grounding dos chatbots de IA?

Há quem diga que é necessária uma “nova disciplina” para trabalhar a visibilidade em mecanismos de IA, como GEO (otimização para mecanismos generativos), mas aqui na SEO Happy Hour acreditamos que SEO bem feito é a base para receber citações e leads.

Os chatbots de IA até têm as suas especificidades, como a incapacidade de renderizar JavaScript ou a preferência por tipos específicos de conteúdo, mas o funcionamento básico é igual ao SEO de sempre:

Portanto, quem investe em SEO sai na frente da concorrência neste cenário em que o modelo mais avançado da OpenAI depende mais de grounding.

__

Para aproveitar o momento e turbinar a visibilidade da sua marca, entre em contato com a SEO Happy Hour. Somos especialistas com mais de uma década de experiência em SEO e doinamos as estratégias necessárias para aumentar sua visibilidade, leads e vendas tanto em mecanismos de busca tradicionais quanto nas LLMs.

  • Elyson Gums

    Elyson Gums

    Elyson Gums é redator na SEO Happy Hour. Trabalha com redação e produção de conteúdo para projetos de SEO e inbound marketing desde 2014, em segmentos B2C e B2B. É bacharel em Jornalismo (Univali/SC) e mestre em Comunicação Social (UFPR).

Comentários

0 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *