Os especialistas da SEO Happy Hour têm mais de 10 anos de experiência. Neste período, foram centenas de sites auditados e milhares de páginas otimizadas.
Estas são as principais lições de SEO que aprendemos até aqui. São aprendizados sobre SEO técnico, SEO on-page, SEO off-page, estratégia e análise de dados, entre outras áreas.
São pontos que eram válidos para o SEO tradicional e continuarão sendo relevantes neste momento de passagem para a busca generativa, feita em plataformas de IA.
Sem segredos aqui: o SEO técnico é um dos alicerces mais importantes de um site. Por meio dele, mecanismos de busca conseguem rastrear e indexar as páginas mais rapidamente e com melhor qualidade.
Não adianta focar todos os esforços em conteúdo ou na divulgação do portal, se ele ficar invisível para os principais rastreadores, como o Googlebot.
Isso vale tanto para buscadores tradicionais quanto para as IAs generativas. Se o seu site estiver mal otimizado, dificilmente a sua marca aparecerá nas respostas.
2. JavaScript é mais complexo do que parece
Lidar com JavaScript pode ser complicado. Ao mesmo tempo em que oferece inúmeras possibilidades para os sites, também pode impedir o rastreamento e a indexação.
Isso gera vários problemas como renderização ineficiente, não exibição do conteúdo principal, e lentidão no site devido ao código mal otimizado.
Otimizar crawl budget faz diferença para sites grandes. Os mecanismos de busca não conseguem rastrear literalmente tudo, então é necessário facilitar o processo e garantir que os recursos certos estão sendo acessados.
Há três situações principais em que isso importa:
Sites com milhões de URLs;
Sites com milhares de URLs, cujo conteúdo muda com muita frequência;
Sites que não estão sendo rastreados.
Nesses casos, o processo é identificar as páginas mais importantes, otimizar o conteúdo, fortalecer linkagem interna, atualizar sitemap, bloquear páginas irrelevantes no robots.txt e otimizar as URLs de imagens.
4. Logs de servidores mostram detalhes invisíveis
Em muitos sites, os logs de servidor são uma mina de ouro para identificar erros.
Analisando os registros, você consegue entender quais rastreadores estão acessando as páginas, com que frequência, e qual caminho percorrem. Aí fica muito mais fácil encontrar e corrigir problemas, e identificar padrões.
É comum descobrir que o crawl budget está sendo gasto com URLs parametrizadas, com páginas de carrinho em e-commerces, ou em arquivos internos de um sistema.
Para ver os detalhes dos registros, você pode usar ferramentas como Screaming Frog ou Jet Octopus. Para ter uma visão mais geral do Googlebot, o relatório de rastreamento do Google Search Console pode ajudar.
5. Core Web Vitals importam, mas não tanto
As Core Web Vitals são as métricas técnicas de experiência de página do Google. Elas avaliam estabilidade visual, tempo de carregamento e interatividade com a página.
Você não precisa de muito investimento para melhorar as suas pontuações, menos ainda de notas máximas em todos os fatores. Na maioria das vezes, investir em outras ações de SEO técnico e em SEO on-page gera melhores resultados.
O próprio Google compartilhou esse aprendizado. Segundo o porta-voz John Mueller, é mais importante se concentrar em oferecer boa experiência para quem acessa o site, do que atingir uma pontuação alta em cada métrica.
6. Dados estruturados tornam seu site mais visível
Dados estruturados são informações em formatos legíveis por máquina. Adicioná-los às páginas oferece mais contexto para os buscadores e habilita a sua presença em diversos recursos das SERPs.
Literalmente não tem por que deixar de otimizar os dados estruturados das páginas de um site.
E-commerces devem ter atenção especial, especialmente agora que a busca generativa está crescendo. Experiências de compra com IA usam dados estruturados para alimentar suas funcionalidades.
SEO on-page são as alterações feitas dentro das páginas de sites. Esse tipo de otimização pode melhorar várias métricas importantes, como tráfego, taxa de clique, tempo de sessão, entre outras.
Mapear palavras-chave, mudar headings, atualizar conteúdo, estruturar melhor as páginas, editar título e metadescrição muda a forma como o buscador enxerga e classifica o seu conteúdo.
E são alterações que estão sob o seu controle. Nada disso depende dos buscadores, basta se organizar e otimizar.
O objetivo de qualquer mecanismo de busca é oferecer o melhor conteúdo aos visitantes. O SEO on-page tem muito peso nessa definição de “melhor conteúdo”, pois organiza as informações da página em formatos que fazem sentido tanto para robôs quanto para humanos.
O cenário deve permanecer exatamente igual para as IAs. A diferença é que agora o conteúdo deve se adaptar ao conceito de busca semântica, que é a base do funcionamento de plataformas como ChatGPT e Perplexity.
8. Pesquisas de palavras-chave devem ser estratégicas
A pesquisa de palavras-chave não é só mais uma “tarefa” para riscar da lista. Ela deve ser feita de forma cuidadosa e com certa recorrência para cobrir os pontos mais importantes da sua estratégia.
Os principais erros que vimos nessa última década são:
Sair escrevendo sobre qualquer coisa;
Escolher palavras-chave com muita concorrência;
Publicar conteúdos fora da intenção de busca da palavra-chave escolhida;
Escolher termos muito amplos;
Focar em topo de funil quando o objetivo é gerar mais vendas;
Querer aumentar tráfego e publicar só conteúdo de fundo de funil.
Em vez disso, é muito melhor definir uma palavra-chave principal e algumas secundárias para cada página. Você provavelmente ranqueará para muitas outras, mas assim fica mais fácil concentrar os seus esforços.
9. Palavras-chave não são tudo
Por muito tempo, palavras-chave eram o pilar central das estratégias de SEO. Ao longo dos últimos anos, isso foi mudando.
Muitas vezes, basta uma estrutura eficiente de links internos para ver páginas ou categorias decolando no Google. É uma otimização relativamente simples – e talvez justamente por isso passe batida em tantos sites.
Otimizar as linkagens traz várias vantagens:
Transmite autoridade entre páginas;
Facilita a navegação;
Permite que os rastreadores encontrem novas páginas do seu site com mais facilidade.
Tudo isso faz os buscadores, tanto tradicionais quanto com base em IA, entenderem melhor o contexto do seu site, como as páginas se relacionam e quais conteúdos são novos e devem ser indexados.
11. Backlinks são só a cobertura do bolo
Os links que o seu site recebe também são importantes, mas nem tanto.
Receber backlinks mostra que o seu site é relevante, mas não justifica o investimento que muitas pessoas fazem.
Em diversas situações é melhor investir em SEO técnico, on-page e em conteúdo do que em adquirir links. Também achamos muito difícil justificar a compra de links.
12. A otimização de conteúdos mudou
Quando comecei a trabalhar com SEO, havia um “manual” de boas práticas para produzir conteúdo otimizado. Hoje, ele não funciona mais. Muitas ações continuam válidas, outras perderam o valor.
Antes, era:
Palavra-chave repetida ao longo do texto;
Frequência de palavra-chave em cada texto;
Repetição exata de palavras-chave;
Introduções longas;
Uso de conectivos ao longo do texto;
Conteúdo puramente informativo;
Dar preferência para palavras-chave curtas.
Com o passar do tempo, virou:
Palavra-chave em locais estratégicos, como título, primeiro parágrafo, subtítulos;
Uso de variações e sinônimos de palavras-chave;
Introduções (e textos) sucintos, que vão direto ao ponto;
Redação com linguagem mais natural;
Conteúdo que transmite a experiência e expertise de quem está escrevendo;
Repetição da palavra-chave apenas quando faz sentido dentro da redação.
13. Plugins de SEO mentem
Essa lição de SEO já virou post aqui no site da SEO Happy Hour. Confiar nos plugins de SEO não melhora os resultados. RankMath e Yoast ajudam com muita coisa, como implementação de dados estruturados, mas as dicas de otimização de posts não se aplicam em todos os casos.
Tentar deixar as bolinhas sempre verdes pode até causar prejuízos, além de tomar mais tempo de quem está editando. Isso acontece porque os mecanismos de busca evoluíram, mas as recomendações não acompanharam.
Isso tende a ser ainda mais evidente agora, com pesquisas e respostas hiperpersonalizadas nas IAs.
14. Você precisa escolher os KPIs certos para avaliar
KPIs são “indicadores-chave” de uma campanha ou estratégia. Em SEO, os indicadores podem mudar completamente os rumos da sua estratégia.
Por exemplo:
Se o KPI principal é tráfego, então não faz sentido abordar palavras-chave de cauda longa;
Se está mirando em visibilidade nas IAs, precisa dar uma atenção especial ao seu conteúdo;
Se precisa vender mais, então precisa avaliar as taxas de conversão de cada página.
Muitas pessoas tentam fazer tudo ao mesmo tempo, e aí acabam não fazendo nada, porque as ações ficam muito diluídas.
Escolher os indicadores certos faz ainda mais sentido agora que estamos sentindo os impactos da IA em sites. Métricas que antes eram muito importantes, como tráfego, podem perder espaço nos relatórios nos próximos anos.
15. Atribuição é complicada, mas importante
Atribuição de leads é o processo de definir quais canais foram responsáveis por cada conversão. É um assunto muito complexo, porque o funil de marketing está cada vez menos linear.
Tive esse aprendizado na prática em uma empresa onde trabalhei. Eu não sabia como classificar clientes que acessavam a rede social, mas realizavam uma conversão no site.
Quem foi responsável por aquele lead? A rede social, pois foi a origem do clique? Ou o site, porque foi o último ponto antes da conversão?
Na época, mantivemos a conversão para o site e passamos a usar UTMs específicas para links de rede social, para mensurar separadamente a relevância delas.
Muitas empresas nem pensam nesse tipo de problema. O resultado disso é que alguns canais podem parecer menos eficazes do que realmente são.
Com a IA generativa, a atribuição ficará ainda mais relevante dentro de SEO. Antes, praticamente todos os acessos vinham do Google. Agora, há um interesse cada vez maior em compreender os cliques gerados por ChatGPT, Gemini, AI Overviews, entre outras.
16. Black hat tem vida curta
SEO black hat são técnicas que não respeitam as diretrizes do Google. São técnicas para explorar vulnerabilidades do algoritmo do Google ou tentar manipulá-lo de alguma forma.
O que vimos na última década é que técnicas assim geram resultados no curto prazo, depois simplesmente param de render.
É normal empresas tentarem descobrir “hacks” e testar novas alavancas de crescimento. Mas há situações em que isso não é necessário.
Os objetivos básicos de SEO são:
Aumentar rastreabilidade e indexabilidade do seu site;
Criar conteúdo que as pessoas de fato queiram acessar.
As ações que levam a esses objetivos, como otimizar títulos, descrições, montar uma estratégia de palavras-chave, atualizar conteúdos antigos, tornar o site mais rápido, são o “arroz com feijão”.
Se você está começando a cozinhar agora, primeiro precisa fazer um bom arroz com feijão, para só depois se arriscar no bife Wellington.
18. Qualidade é melhor do que quantidade
Nem sempre fazer “mais ações” é o melhor caminho para fazer um site crescer.
Ficou ainda mais evidente depois que as IAs generativas se popularizaram. Muitos sites focaram em produzir mais conteúdo, alterar títulos em massa, editar as metadescrições em alto volume, só porque ficou mais fácil fazer tudo isso.
Se feitas sem critério e sem uma avaliação cuidadosa, essas ações não melhoram os resultados de SEO. Até porque a internet já está cheia de páginas, então os buscadores estão classificando os sites por qualidade, não por quantidade.
19. Não confie cegamente na tecnologia
As ferramentas de SEO não substituem os humanos. Nem as ferramentas tradicionais, como Semrush e Ahrefs, nem as automações com base em IA.
Todas as orientações precisam de uma checagem feita por humanos. As ferramentas muitas vezes geram informações sem contexto, em relatórios que parecem urgentes, mas não prejudicam tanto assim o desempenho.
Por mais avançadas que sejam, as automações não têm detalhes sobre a situação atual do site, público-alvo, prioridades e objetivos estratégicos. Delegar essa tomada de decisão às máquinas gera um investimento de tempo ineficiente.
20. Nunca pare de aprender
SEO está sempre mudando. As táticas que funcionavam no ano passado podem não ter mais efeito. Depois da chegada da IA generativa, então, as coisas mudaram ainda mais.
Por isso, quem se atualiza sai na frente e não é vítima das tendências, nem das técnicas suspeitas que funcionam por curtos períodos de tempo.
Aqui na SEO Happy Hour, temos diversos canais para quem quer se manter atualizado. São conteúdos produzidos com base na nossa experiência real de mercado:
Elyson Gums é redator na SEO Happy Hour. Trabalha com redação e produção de conteúdo para projetos de SEO e inbound marketing desde 2014, em segmentos B2C e B2B. É bacharel em Jornalismo (Univali/SC) e mestre em Comunicação Social (UFPR).
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